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Los Angeles Clippers diz que dono teria sido enganado por Aspiration, em escândalo de Kawhi Leonard

Equipe da Califórnia teria usado patrocínio fantasma feito por empresa de investimentos para burlar regra de teto salarial da NBA

Kawhi Leonard faz parte do escândalo envolvendo o Los Angeles Clippers na NBA - Reprodução / nba.com

O Los Angeles Clippers se pronunciou a respeito do escândalo de suposta fraude contra a regra de teto salarial da National Basketball Association (NBA).

A equipe da Califórnia alega que seu proprietário, Steve Ballmer, teria sido enganado no imbróglio envolvendo o contrato de patrocínio da empresa de investimentos Aspiration Partners ao jogador Kawhi Leonard.

A fintech entrou em processo de falência em março deste ano. Em julho, ela firmou acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos e admitiu a prática de fraude financeira, que ocasionou prejuízo de US$ 248 milhões a investidores e credores.

De acordo com notícias veiculadas pelo jornalista norte-americano Pablo Torre em seu podcast, o Los Angeles Clippers teria utilizado um “patrocínio fantasma” da Aspiration para burlar as normas de fair play financeiro da NBA.

“Steve e sua família estão focados na sustentabilidade, e é por isso que o Intuit Dome [arena do Los Angeles Clippers] foi projetado para ser um edifício neutro em carbono, desde o início, e para alcançar o status Leed Zero [certificação concedida a construções que minimizam impactos ambientais] ao longo do tempo”, afirmou a franquia, por meio de nota divulgada nesta quinta-feira(18).

“Nossos acordos de desenvolvimento para a arena incluíam mandatos para comprar créditos de carbono, mas depois de estudar a questão da neutralidade, fomos muito além desses requisitos, explorando maneiras de lidar com as emissões de nossos fãs e contratando a Aspiration para comprar diretamente compensações de carbono, bem como intermediar a aquisição de compensações adicionais”, prosseguiu o comunicado.

Créditos de carbono

A equipe diz ter adquirido US$ 56 milhões em créditos de carbono da Aspiration, entre abril e junho de 2022. Um dos pagamentos feitos pelo time à fintech, no valor de US$ 32 milhões, ocorreu na mesma data em que Kawhi Leonard assinou o contrato de patrocínio, de US$ 28 milhões.

O detalhe é que esse acordo com a Aspiration não previa nenhuma obrigação para o atleta, como participar de campanhas publicitárias ou ativações da marca.

Ao comparecer a um evento promovido pelo Sports Business Journal, na última terça-feira (16), Ballmer sustentou que o relacionamento do Los Angeles Clippers com a Aspiration seria independente do acordo de patrocínio da empresa a Kawhi Leonard.

“Sinto-me bastante confiante nisso, que cumprimos as regras. Então, congratulo-me com a investigação que a NBA está fazendo. É uma ótima maneira, do nosso ponto de vista, de divulgar os fatos”, afirmou o dono do Clippers.

Possíveis sanções

No mesmo dia, o comissário da NBA, Adam Silver, afirmou que a investigação promovida pela organização “levará tempo” e que a liga revisará suas regras sobre investimentos de proprietários e jogadores, à luz dos relatórios.

Se a fraude vier a ser comprovada, Kawhi Leonard e o time podem ser punidos com multa, que, no caso dos Clippers, pode chegar a US$ 7,5 milhões. O jogador ainda corre o risco de ser suspenso por vários meses.

Além disso, a franquia pode perder o direito a futuras escolhas nos próximos drafts e até mesmo ser impedida de disputar os playoffs da NBA.

Na última vez em que uma franquia fraudou o teto salarial (o Minnesota Timberwolves, por pagamentos irregulares feitos a Joe Smith), a pena consistiu na perda de primeiras escolhas nos drafts de 2001, 2002 e 2004 (as de 2003 e 2005 também foram retiradas, mas acabaram sendo devolvidas), além do pagamento de uma multa de US$ 3,5 milhões.