Realizada neste domingo (18), em Indianapolis, nos Estados Unidos, a edição deste ano do All-Star Game da NBA foi marcada por novidades. A pontuação recorde registrada na vitória da Conferência Leste sobre a Oeste, por 211 a 186, foi uma delas. Mas não a única.
A programação do evento contou com uma versão inédita do “Desafio de Três Pontos”, no sábado (17), envolvendo os maiores arremessadores da NBA e da WNBA na atualidade.
A disputa entre Stephen Curry, do Golden State Warriors, e Sabrina Ionescu, do New York Liberty, teve alguns ingredientes que atiçaram a curiosidade do público. A começar pelo fato da jogadora optar por enfrentar o adversário dentro dos parâmetros que vigoram na NBA.
Em vez de utilizar a distância menor para o arremesso de três pontos, que vigora na WNBA, Ionescu escolheu usar a mesma linha adotada na liga masculina.
A única diferença em relação a Curry foi a bola usada por Ionescu, a mesma da competição feminina e que tem tamanho menor em comparação à da NBA.
Nike e Under Armour, que patrocinam, respectivamente, Ionescu e Curry, aproveitaram o desafio para movimentar suas redes. E a estratégia digital acabou rendendo provocações entre as marcas.
Tudo começou quando a Nike publicou uma foto enigmática no X (antigo Twitter), com a frase: “… melhor não perder”. O post marcava Ionescu.
Um dado curioso é que, até 2013, Curry foi patrocinado pela Nike. À época, ele era um talento promissor da NBA, mas ainda não havia conquistado nenhum título nem mesmo participado do All-Star Game.
Naquele ano, após uma fracassada reunião com representantes da gigante fornecedora de materiais esportivos, Curry decidiu trocar um contrato de US$ 2,5 milhões anuais com a Nike, pela oferta de US$ 4 milhões feita pela Under Armour, que incluía, além da bolada em dinheiro, a oportunidade do atleta ser um dos embaixadores da marca.
Encerrado o desafio com a vitória de Curry, ainda que por diferença mínima, a Under Armour não perdeu a oportunidade de provocar a marca rival, respondendo ao post da Nike com a frase “He don’t” (sic), com erro claro de inglês (o correto seria “He doesn’t”) e que poderia ser traduzida como “Ele não”.
As “trolagens” sobre as concorrentes têm sido parte recorrente da estratégia digital de grandes marcas, especialmente no X, rede que costuma ser movimentada por polêmicas.
Em algumas situações, na própria NBA, as publicações ganham tom mais agressivo, como no caso da estratégia usada pela Adidas para promover os tênis assinados pelo armador Anthony Edwards, do Minnesota Timberwolves. No fim do ano passado, o atleta passou a publicar posts provocando astros da liga profissional de basquete.
Em uma dessas publicações, o jogador perguntou se, algum dia, Kevin Durant vestiria seu tênis. O pivô do Phoenix Suns respondeu que jamais colocaria um dedão do pé no calçado de Edwards. A conta da Adidas entrou na conversa e disse que Durant estaria empoeirado e prestes a se aposentar.
Essa publicação foi apagada logo em seguida, mas antes acabou sendo printada e divulgada por órgãos de imprensa dos Estados Unidos. No fim das contas, o que vale para quem adota essas estratégias é a repercussão, ainda que aparentemente negativa, na velha lógica do “fale bem ou mal, mas fale de mim”.
E, a se julgar pelo recente caso envolvendo Nike e Under Armour, a comunicação bélica tem tudo para seguir em alta nas redes sociais das grandes marcas esportivas.