Com NBB Basquetpass, Liga Nacional de Basquete quer construir relação mais direta com fãs

NBB Basquetpass é o novo serviço de streaming da Liga Nacional de Basquete - Divulgação

A Liga Nacional de Basquete (LNB) conseguiu, nesta semana, alcançar um objetivo que há tempos era almejado pelos clubes e patrocinadores do Novo Basquete Brasil (NBB).

A competição lançou seu serviço de streaming próprio, batizado de NBB Basquetpass, permitindo que 100% das partidas do Campeonato Nacional de Basquete Masculino, que reúne times de diversas partes do país, sejam transmitidas ao vivo.

Esta não é a primeira incursão da LNB pelo universo do Over-the-Top (OTT), uma vez que já teve uma experiência anterior na área, com o DAZN. O novo serviço de streaming próprio do NBB é feito em parceria com a plataforma espanhola Basquet Pass, que está presente em diversos mercados da América Latina.

“Sempre tivemos uma ligação muito estreita com a Liga de Basquete da Argentina. A partir desse contato, acabamos por nos aproximar da Basquet Pass”, explicou Rodrigo Montoro, presidente da LNB, em entrevista por telefone à Máquina do Esporte.

De acordo com ele, as negociações com a plataforma começaram no início da atual temporada, que já está em sua metade. Com o NBB Basquetpass, será possível disponibilizar 70 jogos que não seriam transmitidos pelos atuais parceiros de mídia da LNB.

O NBB Basquetpass pode ser acessado por celular, computador ou Smart TV. Os torcedores devem efetuar um cadastro para acessar a plataforma.

Os fãs terão a alternativa de acompanhar algumas partidas de forma gratuita ou assinar o serviço, por R$ 39,99 mensais, de modo a obterem acesso a todos os jogos do NBB e também de outras competições internacionais disponíveis no Basquetpass.

Muito além da transmissão

A parceria com o Basquetpass faz parte de uma estratégia comercial da LNB que vai muito além da questão da transmissão, propriamente dita. Na “Era da Informação”, o NBB busca fortalecer as portas de entrada para receber dados qualificados de seus fãs.

“Por isso, nosso interesse é consolidar o aplicativo voltado ao consumidor, permitindo que tenhamos um conhecimento maior sobre o fã da modalidade e possamos estabelecer uma relação mais direta com os torcedores”, afirmou Montoro.

Entre as outras portas de entrada para os dados do público estão as NBB Stores e os próprios cadastros para acesso aos ginásios. A LNB passará a trabalhar, em breve, com a NBB ID, que reunirá as principais informações sobre cada fã da competição.

“A NBB ID trará uma junção de dados, que permitirá à Liga, aos clubes e aos patrocinadores saberem quem são os torcedores, quais seus interesses e hábitos de consumo, assim por diante”, disse o mandatário.

Modelo ainda será multiplataforma

Além dos 70 jogos que não tinham transmissão ao vivo prevista, o NBB Basquetpass contará com todas as partidas da competição, inclusive algumas que seriam exclusivas de Sportv e ESPN. Isso sem contar outros eventos da Liga, como o Jogo das Estrelas.

No caso do canal do Grupo Disney, o contrato prevê exclusividade quase que total, exceto para exibição das partidas em uma plataforma própria de OTT da Liga.

Já no caso do Sportv, o acordo permite que os jogos exclusivos do canal possam ser transmitidos em plataformas pagas de streaming dos clubes (hoje, o único time que se enquadra nessa possibilidade é o Flamengo, com a FlaTV) ou no serviço próprio do NBB.

A tendência é de que os jogos exclusivos dos canais pagos não sejam disponibilizados de maneira gratuita no NBB Basquetpass. Outro detalhe é que a narração e os comentários nessas partidas serão distintos dos utilizados por ESPN e Sportv.

O forte investimento da LNB em seu serviço de streaming não significa, no entanto, que a entidade passou a apostar todas as suas fichas nessa modalidade de transmissão. Pelo contrário.

“Entendo que o formato será híbrido, pelo menos pelos próximos anos”, ressaltou Montoro.

De acordo com ele, as transmissões multiplataforma, que, além dos canais por assinatura, incluem TV Cultura, na TV aberta, e também YouTube, Goat e UOL, seguirão sendo essenciais para o NBB.

“Com isso, conseguimos atingir diferentes públicos de uma maneira mais eficaz”, salientou o presidente da LNB.

Como funcionará a operação

Desde o fim de sua parceria com o Grupo Globo, em 2018, a LNB optou por investir cada vez mais na geração de seu próprio sinal. Antes, a produção era feita “a quatro mãos”, entre a instituição e o grupo de mídia.

Hoje, todas as partidas transmitidas pelos parceiros de mídia utilizam conteúdo produzido pela Liga, que disponibiliza até narração e comentários, que são aproveitados na íntegra por UOL e Goat. Já ESPN e Sportv cobrem as imagens com locução e comentários de seus próprios profissionais.

A captação de imagens e a geração de sinal são feitas por meio de parcerias da LNB com produtoras terceirizadas, espalhadas por diferentes regiões do Brasil.

No caso do NBB Basquetpass, a geração de sinal contará com a participação de produtoras parceiras da empresa espanhola.

Segundo Montoro, todo o modelo adotado nesta primeira fase da parceria com o Basquetpass foi definida em consenso com os clubes. A Liga criou um grupo de trabalho que acompanhará o desenrolar da iniciativa, seus resultados e também apontará as eventuais correções de rota.

Entre as questões que estão sendo debatidas com as equipes estão as estratégias de comunicação e marketing, visando a popularizar o NBB Basquetpass entre os torcedores.

“Na medida em que o serviço crescer, ele poderá se converter em uma fonte de receitas importante para os times. Mas é importante frisar que nosso interesse não é primordialmente comercial. Sabemos que esse trabalho, que estamos iniciando, dará frutos a longo prazo”, finalizou o mandatário.

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