A NFL quer se aproximar da África por conta do “potencial extremamente empolgante” do continente. Para isso, usará plataformas digitais e trabalhará com parceiros de transmissão para oportunidades de conteúdo. As informações são do site britânico SportsPro Media, que entrevistou Brett Gosper, chefe da liga de futebol americano para Europa e África.
Entre as principais motivações para a aproximação está o fato de mais de 120 jogadores que disputam atualmente a NFL serem descendentes de 15 países do continente africano. Uma das primeiras ações com esse objetivo foi colocada em prática no início deste mês, com a realização de um camp para identificação de talentos em Nairóbi, capital do Quênia.
Antes disso, no ano passado, a NFL já havia passado algum tempo em Gana, realizando camps de identificação de talentos, clínicas de futebol da NFL e eventos para fãs.
Para este ano, Brett Gosper teve a companhia do ex-jogador Osi Umenyiora, bicampeão do Super Bowl pelo New York Giants em 2007/2008 e 2011/2012, que tem pais nigerianos, mas nasceu no Reino Unido.
“É importante para os proprietários e é importante para os jogadores da NFL que estejamos presentes na África. É muito importante para nós fazer o jogo crescer no continente, tanto do ponto de vista do torcedor quanto da participação. Existe um potencial extremamente empolgante neste mercado, que é impulsionado de várias maneiras pelos próprios atletas. Não há área fora dos Estados Unidos que forneça mais atletas para a maior competição do mundo”, destacou Gosper.
No momento, porém, ativações comerciais da NFL da África ainda não devem acontecer, assim como a cereja do bolo, ou seja, um jogo da liga no continente. De acordo com o executivo, trata-se de um trabalho de longo prazo em que é preciso “plantar as sementes” para que as oportunidades apareçam com o tempo.
“Agora, nossa preocupação é envolver a base de fãs com o jogo”, explicou.
Além de continuar a realizar clínicas de flag football, eventos de fãs e camps, outro objetivo mais premente para a liga é dar mais destaque aos atuais jogadores da NFL de ascendência africana e suas conexões com os países africanos, com o intuito de gerar interesse e empolgação entre os fãs mais jovens no continente. A liga também planeja usar as próprias plataformas digitais e trabalhar com parceiros de mídia, como a ESPN, para fornecer maior tempo de transmissão e oportunidades de conteúdo para contar histórias centradas no aprofundamento da conexão da NFL com os africanos.
“É provavelmente a conexão mais tangível ver esses atletas vindos de sua cidade natal ou de seu país de origem e assim chegar ao grande momento. Ter esses atletas que despertam esse interesse é ótimo, é uma descoberta. Este é obviamente um continente louco por esportes, então descobrir alguns dos maiores atletas do mundo, por meio de pessoas de seus próprios países, é algo que ressoa de maneira muito forte”, finalizou o executivo.