Duas notícias chamam a atenção no Boletim de hoje. A primeira, que está na capa, é a candidatura do dono da Hyundai à presidência da Fifa, com direito a chamar o atual presidente da entidade de “canibal”.
A outra, que está na página 4, é a entrevista com o dono da Vitton 44, patrocinadora do Fluminense que detonou o clube por fechar o treino de Ronaldinho Gaúcho no clube.
Até onde vai o poder do patrocinador de detonar o seu patrocinado? De que forma ele pode colocar o dedo na ferida e expor que a relação não é tão bonita quanto parece?
Para quem trabalha no esporte, não é segredo que a relação de um patrocínio é conflituosa. Gerenciamento de egos e crises são comuns e, em muitos casos, rotina diária. Mas o patrocinador pode ir a público para colocar o dedo na ferida?
Criticar um patrocinado, muitas vezes, soa como hipocrisia para uma marca. A questão mais simples que surge do consumidor que não tem muito vínculo com o meio é: “Se ela reclama, por que está junto?”.
Muitas vezes essa é a única alternativa para que o patrocinado “baixe a bola” em alguma questão.
Mas, quase sempre, a exposição pública é ponto de partida para levar a uma situação que é o maior temor dentro de uma relação de patrocínio: a rejeição do púbico à marca. O fã da propriedade apoiada é fiel a quem ele admira, e não a quem apoia o patrocinado.
Sendo assim, o patrocinador tem de jogar na defensiva e evitar expor publicamente uma insatisfação com o seu patrocinado. Os dois casos vistos no Boletim de hoje são a exceção, nunca a regra.