Joseph Blatter renunciou ao seu cargo, mas, pela reação de muitos, parece que o anúncio foi exclusivo a seus pares de confederações. Para o restante do público, Blatter já não representava nenhuma legitimidade em sua posição. A péssima repercussão de sua saída foi a perfeita demonstração de que sua palavra já estava em dúvida havia muito tempo.
Evidentemente, muitos dos discursos foram absolutamente oportunistas. Na categoria dirigentes, por exemplo, o que não faltaram foram críticas de pessoas que apoiaram e apoiam a estrutura vigente há anos. Entre os patrocinadores, a repercussão não pode ser considerada muito diferente assim.
E, mais importante, a boa imagem nunca pareceu prioridade entre os comandantes da Fifa. Projetos de sustentabilidade social ou campanhas contra o racismo sempre soaram pouco convincentes frente à polêmica gestão da maior entidade do futebol. E, nem assim, dirigente do primeiro escalão pedia renúncia.
Ainda assim, uma saída seguida de comemorações por diversos setores não pode bom sinal. O discurso do comediante John Oliver em seu talk show, exibido na televisão americana pelo canal HBO, é um bom exemplo disso. O apresentador chegou a prometer consumir produtos ruins de patrocinadores caso Blatter caísse. Adidas, McDonald’s e Budweiser foram citadas diretamente. “Devolvam o esporte que eu amo”, pediu.
Aos patrocinadores, também houve um claro alívio. A saída de Blatter representou o fim de uma considerável má exposição frente às seguidas crises causadas pela Fifa.
Após 17 anos, o suíço deixa a entidade pelas portas do fundo. E poucos vão sentir saudade.