A Toyota anunciou na segunda-feira (11) um acordo com a Stock Car. Agora, as pistas da principal competição do automobilismo terão uma disputa que é recorrente na lista dos carros mais vendidos do Brasil: o Cruze, da Chevrolet, e o Corolla, da montadora japonesa. A organização do evento ainda tenta colocar mais uma marca já para a próxima temporada. Com os novos carros, as provas começam a mostrar a ideia de estar mais próximo das ruas.
O plano declarado da Stock Car é deixar a competição com carros mais próximos dos reais, aqueles que são vistos nas ruas e que podem ser comprados pelo público. A ideia é que as pessoas tenham uma maior identificação com os veículos que estão nas pistas. É, essencialmente, o que faz com que a categoria turismo no mundo do automobilismo seja interessante. Esse é um caminho que parece bastante acertado.
A identificação buscada pela organização da Stock Car é algo que a destaca de outras categorias. Uma Fórmula 1, por exemplo, atrai pela velocidade, mas coloca um enorme distanciamento entre a pista e o apaixonado por carros. Além da audiência, essa aproximação torna mais fáceis ações de relacionamento e de experiências.
Comercialmente, a Stock Car passa a encher os olhos de montadoras, um mercado usualmente aquecido no Brasil e com boas perspectivas para os próximos anos. Afinal, a imagem das marcas passa a fazer parte do imaginário popular, e ultrapassar a linha de chegada em primeiro colocará vantagens nas disputas por vendas.
Nesse aspecto, a entrada da Toyota faz um enorme sentido. O Corolla, carro escolhido pela montadora, é o mais vendido de sua categoria, mas sofre com a fama de ser pouco empolgante na direção, diferentemente de concorrentes como o Civic e o próprio Cruze. Mas, ao cruzar a linha de chegada em alta velocidade, a brincadeira com o “vovorolla” passa a cair por terra. Mesmo com a sua boa fama, é importante para a empresa japonesa participar de um evento do tipo no mercado brasileiro.
A verdade é que a Stock Car já viveu momentos mais relevantes em termos de popularidade. Agora, a organização tenta uma tacada para reaproximar as provas do público. Apesar da histórica força da Chevrolet na categoria, abrir as portas para outras marcas faz parte desse processo de renovação. Agora, falta tornar realidade uma medida esportivamente difícil: deixar de lado a altíssima performance para ser mais palpável ao sonho de tantos brasileiros apaixonados por carros.