O 2° Fórum Máquina do Esporte, realizado nesta segunda-feira (25), foi organizado para pontuar os segmentos que têm tendência de crescimento nos próximos anos: streaming, e-Sports, apostas e futebol feminino, entre outros temas. Mas, ainda que o evento estivesse direcionado para isso, o que impressionou foi o nível que se alcançou no esporte para além dos pontos mais óbvios.
Há cerca de dez anos, o mercado brasileiro estava centrado nos megaeventos que aconteceriam em 2014 e 2016, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, respectivamente. À época, havia uma certa empolgação do mercado, que logo murchou com a crise econômica. A discussão ainda era focada na necessidade de ativação e no desenvolvimento do mercado esportivo nacional, que passava por profundas transformações.
Os assuntos do Fórum, no entanto, marcaram uma “virada de chave” no mercado. As discussões passaram a ser mais pontuais porque não está mais aberta a questão do como ou do porquê investir no esporte, mas sim nas novas janelas que se abrem no mercado. As oportunidades ainda aparecem em bom número, mas identificá-las já não é tão simples. O esporte amadureceu.
E nem é preciso ir tão longe na linha do tempo. Em comparação ao 1º Fórum Máquina do Esporte, realizado em 2018, já houve um avanço notável. No último ano, as discussões estiveram nas melhores práticas das ativações e no perfil do torcedor brasileiro. Em 2019, houve conversa do como aumentar o engajamento do fã e sobre o comportamento do torcedor do futebol feminino. São assuntos cada vez mais específicos do universo do marketing esportivo.
Evidentemente, há um certo direcionamento da própria organização do Fórum nesse funil de conteúdo, afinal, quanto mais preciso for o assunto, mais rica será a discussão. Mas não há como criar esse tipo de produto se a demanda não entender como algo relevante. E hoje ela entende dessa maneira, algo difícil de imaginar alguns anos atrás.
A Máquina do Esporte foi criada em 2005, quando o assunto marketing esportivo era quase um tabu na mídia e nas grandes empresas. O objetivo era quebrar essa barreira e atingir uma gama cada vez maior de interessados. Hoje, a empresa passa por uma reestruturação dos seus objetivos. Com consultoria e conteúdo, a ideia não é mais ampliar o alcance, mas servir de pilar de segurança para um mercado e para executivos cada vez mais especializados nesse campo.
Na prática, isso diminui o público-alvo, mas aumenta a relevância. É a tal “virada de chave” que o mercado precisa.