E lá se foram três rodadas da Liga dos Campeões da Europa de casa nova. Uma olhada rápida nas redes sociais nos dias de jogos liga o alerta: não fosse pela Internet, o torneio estaria no ostracismo no Brasil. Não são poucas as mensagens ressaltando um esquecimento coletivo da competição em 2015. Não fosse pela Band, única beneficiada até o momento com a transferência, as duas décadas que levaram o processo de popularização do futebol europeu já teriam escorrido pelo ralo.
Não há aqui nenhuma crítica aos profissionais do Esporte Interativo que tentam fazer o melhor trabalho para a competição durante as transmissões. O problema não vem da base, vem do alto. Vem de quem assumiu um compromisso sem capacidade de entrega. Usar a Liga dos Campeões como moeda de troca, assim como fez a Fox com a Libertadores, foi uma estratégia ousada. Mas que, até agora, não se mostrou eficiente.
Por mais público que os times europeus tenham angariado nos últimos anos, não existe o mesmo apelo de oferecer a Sky e Net a exclusividade de Corinthians e Flamengo, por exemplo, numa disputa continental. Foi a negociação com maior potencial de “perde-e-perde” dos últimos anos. A Uefa de Michel Platini olhou os cifrões, esqueceu-se da vitrine para o seu principal produto.
E o Esporte Interativo, sem forças para negociar com as gigantes do mercado de TV a cabo, tem a imagem arranhada a cada rodada. O público não quer saber dos trâmites para que o torneio volte a ter visibilidade. Resmunga, com razão, por não ter futebol na TV na terça-feira à tarde. Por não ter opção de escolher entre esse ou aquele clube. Por ter ficado rendido numa negociação que só teve um vencedor: a Band.