Os desdobramentos que começam a ter na Confederação Brasileira de Vôlei após o furacão que devastou a fortaleza na qual a entidade vivia nos últimos anos podem acabar, sem querer, gerando um novo ciclo de prosperidade para a confederação.
Vista como símbolo de excelência por conta dos resultados extraordinários na quadra, a CBV viu tudo ir pelo ralo com o estouro de denúncias de desvio de verba e ameaça de perda de seu maior patrocinador.
Agora, passada a turbulência do estouro do escândalo, aos poucos a confederação começa a reagir.
O maior desafio que Ricardo Trade terá como novo CEO da entidade é encontrar um novo modelo de negócio para sustentar a modalidade.
O projeto criado de forma vanguardista por Carlos Arthur Nuzman nos anos 80 acabou. Não dá mais para o esporte achar que vai sobreviver do dinheiro de uma empresa que dá nome a um time. Apesar de isso já não ser quase a realidade, ainda vende-se esse como maior benefício para uma marca estar associada ao vôlei brasileiro hoje.
Com autonomia no cargo, Trade pode ser a pessoa a conduzir o vôlei para uma nova visão. Desde metade dos anos 2000 que o vôlei começou a embicar para baixo na curva de excelência. O ótimo desempenho dos atletas mascarou uma situação de quase abandono na base do esporte.
A visão de Trade com a Copa do Mundo pode ajudá-lo a direcionar a entidade para outro caminho. Pode ser que tenhamos uma nova era dentro do vôlei. Sem querer, a CBV pode de novo ser vanguardista.
Oportunidade não falta.