Adidas e Nike têm concentrado forças para chegar ao público feminino. E uma das estratégias traçadas neste ano inclui a valorização da Copa do Mundo das mulheres, com a aposta de que o evento poderá se tornar uma forte plataforma de comunicação com esse público-alvo específico.
As duas marcas estão nesse movimento há alguns anos por um motivo claro: as mulheres compõem uma parte significativa do consumo de artigos esportivos, especialmente com o potencial de crescimento da chamada moda esportiva.
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Nesse contexto, entram as grandes campanhas realizadas recentemente pelas marcas. E, com a mulher em foco, a Copa do Mundo de futebol feminino parece um caminho natural. A versão masculina já tem as mulheres como espectadoras, mas a versão feminina aparece como oportunidade de fechar o foco no público-alvo, além da aposta em um evento com potencial de crescimento nos próximos anos.
A curiosidade é que, com a medida das marcas, a Copa feminina toma caminho inverso dos principais eventos do mundo. A masculina atraiu parceiros pela força que ganhou. Já o evento das mulheres começa a ter um empurrão maior por ter sido abraçado pelos patrocinadores.
De forma indireta, é a importância das mulheres no mercado consumidor que tem dado força a propriedades esportivas que conseguem criar um laço mais estreito com esse público. Pelo menos em eventos que ainda não têm peso suficiente para brigar por espaço como a versão masculina, caso da Copa do Mundo. É diferente do tênis feminino, por exemplo, que hoje tem um enorme alcance, com grandes nomes e patrocinadores.
Falta ainda a outra parte perceber a importância e o potencial de crescimento dos esportes femininos: as organizações esportivas. No próprio tênis, ainda ocorre a surreal discussão sobre as diferenças de pagamento entre homens e mulheres, algo que não faz mais nenhum sentido, mesmo se for considerada apenas a questão comercial.
No fim do ano passado, a Fifa entrou em polêmica ao divulgar a premiação do Mundial deste ano. Apesar de ter dobrado o valor, a quantia ainda é mais de dez vezes inferior ao que a entidade arca com a Copa do Mundo masculina. Obviamente, a decisão gerou incômodo entre confederações e atletas do feminino. Claro que a arrecadação da federação internacional ainda é inferior, mas hoje está claro que a aposta no desenvolvimento da categoria pode gerar muito mais nos próximos anos.