Foi interessante acompanhar, no último domingo (4), a reação das pessoas ao Super Bowl. Claramente a final do futebol americano é o evento “da moda” para o fã de esporte no Brasil.
Dentre os profissionais de esporte, porém, a conversa sobre o evento beira o surrealismo. Enquanto alguns usam a eficiência americana para criticar o que fazemos de entretenimento, outros tentam sonhar em um dia nós chegarmos perto de algo assim.
A verdade é que o Super Bowl é uma utopia num mercado como o nosso.
O choque de realidade já veio no dia seguinte à grande final. Os clubes decidiram que não querem usar o árbitro de vídeo para auxiliar a tomada de decisões do Campeonato Brasileiro.
O motivo? Não querem arcar com o custo do uso da tecnologia. A CBF, que organiza o torneio, diz que é inviável para ela custear as despesas.
E aí o debate caiu para outro lado. A CBF é a instituição esportiva que mais fatura no Brasil. Como ela diz não ter dinheiro para bancar o árbitro de vídeo? A resposta à pergunta é um bom indício de por que o Super Bowl é uma utopia no mercado brasileiro.
O principal produto de esporte que temos é um campeonato que não tem dono. Ou melhor, tem. A CBF. Que é responsável por tudo, menos por ter as propriedades comerciais do torneio.
O Brasileirão tem toda a receita vinda da Globo, que por sua vez é quem vende as placas de publicidade no campo para sustentar essa operação.
Só que essa receita vai direto aos clubes, que não querem bancar o árbitro de vídeo por acharem que isso é dever da dona do torneio, que por sua vez não pode vendê-lo.
Se não resolvermos nem esse impasse, como achar viável ter por aqui um Super Bowl?