Para um esporte ser popular, ele ainda precisa dos veículos tradicionais de mídia. Exemplos não faltam, e a NBA é um caso muito claro dessa situação. Para se espalhar no Brasil, foi fundamental aumentar sua transmissão. Mesmo na era digital, até a venda de streaming depende do maior acesso ao conteúdo principal.
A televisão, claro, tem outras importâncias, como a entrega de exposição aos patrocinadores de um evento. Mas está no seu alcance natural o seu grande trunfo. E a NBA não está sozinha. No Brasil, o UFC flexibilizou seu modelo de negócio, baseado essencialmente no pay-per-view no Estados Unidos, para chegar à popularização. E com sucesso no país.
Exaltar a importância da velha mídia era mais óbvio há alguns anos, quando a nova mídia tinha alcance limitado. Hoje, com a malha de informação disponível e com as inúmeras possibilidades de consumir um evento esportivo, ficou mais nebuloso enxergar o papel da televisão no desenvolvimento de uma modalidade. Mas mesmo marcas consolidadas, como a NBA, precisam dela.
Os europeus sabem bem disso. Para tornar seus clubes potências globais, os direitos de transmissão dos torneios nacionais foram espalhados pelo mundo. A Premier League é um caso notável: assinou um contrato de US$ 700 milhões por três anos no país, no fim de 2016. O acordo é 12 vezes maior do que o anterior. Ou seja, a liga usou a mídia para se popularizar, e agora fatura alto com ela.
Essa, inclusive, é uma dificuldade do futebol brasileiro. Sem uma distribuição organizada dos direitos do Brasileirão, as equipes nacionais permanecem anônimas no exterior.