Após nove anos, o último dos grandes patrocinadores de times de vôlei deixou o esporte. A Nestlé tornou pública nesta terça-feira (10) sua saída do Osasco Voleibol Clube, que nos últimos nove anos assumiu o nome fantasia de Vôlei Nestlé.
Segundo comunicado divulgado pela empresa, a saída do vôlei havia sido decidida e comunicada aos dirigentes do clube no final do ano passado, quando a Nestlé traçou novas diretrizes para o investimento institucional.
“A Nestlé anuncia que conclui sua jornada com a equipe, a partir do final da temporada 2017/2018 da Superliga Feminina de Vôlei, a fim de concentrar seus investimentos e esforços no fortalecimento de sua atuação em plataformas que amplifiquem o impacto nas comunidades onde tem operações. O encerramento do patrocínio neste primeiro semestre já estava previsto no contrato com o clube”, disse a empresa em comunicado.
Torcida do Osasco durante jogo da Superliga 2017/2018, a última da Nestlé no esporte – Divulgação
A verba da Neslté, agora, será direcionada ao programa “Nestlé por crianças mais saudáveis”, um alinhamento com a plataforma global da empresa, que tem como meta ajudar 50 milhões de crianças a terem hábitos de vidas mais saudáveis até 2030.
A saída da Nestlé do vôlei faz com que o último grande patrocinador multinacional deixe o esporte. No ano passado, a Unilever já havia desistido do projeto que manteve por mais de 20 anos com o técnico Bernardinho. Essa é também a segunda vez que a Nestlé deixa o vôlei. No começo dos anos 90 a empresa manteve uma das principais equipes do país, com a marca do Leite Moça.
Atualmente, o vôlei assiste a um movimento de patrocínio de empresas de menor porte. Os principais times são bancados por projetos pessoais de grandes empresários, como o Sesi, o Dentil Praia Clube, o Sada/Cruzeiro e o Sesc. Outras empresas de atuação local, como Camponesa (no time do Minas), Hinode (Barueri) e Renata (no vôlei de Valinhos), têm procurado o esporte para promoções mais fechadas.
Com o fim do patrocínio da Nestlé, o Osasco corre agora em busca de um novo patrocinador. Nos nove anos de parceria com a multinacional, foram conquistados os títulos do Mundial (2012), da Superliga (2009/2010 e 2011/2012), do Sul-americano (2009, 2010, 2011 e 2012), do Paulista (de 2012 a 2017) e da Copa do Brasil (2014 e 2018).
Essa é a segunda onda de saída de grandes empresas do patrocínio ao vôlei nos tempos recentes. No final da década passada, marcas como Bradesco, Unisul, Ulbra e Brasil Telecom abandonaram o investimento no esporte. Pouco tempos depois, a Sky, a Cimed e a Vivo também deixaram de ter equipes na Superliga.