A gala e o glamour do prêmio Bola de Ouro são os mesmos. Mas a premiação de melhor jogador do mundo, realizada ontem pela Fifa, em Zurique, na Suíça, não teve a presença de importantes figuras que comandavam o futebol mundial até bem pouco tempo.
Presidente da entidade durante 17 anos, Joseph Blatter cedeu o posto de anfitrião da festa para Issa Hayatou, presidente interino da Fifa até a realização de novas eleições.
Como forma de gerir a crise de imagem da Fifa, o dirigente camaronês foi um personagem secundário na premiação. Já Blatter sempre buscava os holofotes e abusava dos improvisos no palco. Sem ele, os jogadores foram efetivamente os protagonistas da festa, transmitida para 190 países.
No palco, Lionel Messi conquistou pela quinta vez o prêmio da Fifa de melhor jogador da temporada, com 41,33% dos votos. O argentino desbancou, com larga vantagem, Cristiano Ronaldo (27,76%), seu maior rival nos últimos anos, e Neymar (7,86%), companheiro de Messi no Barcelona.
Wendell Lira, por sua vez, conquistou o prêmio Puskas de gol mais bonito da temporada, recolocando o Brasil no mapa de premiação da Fifa. O último brasileiro premiado havia sido Neymar em 2011, por gol contra o Flamengo na época em que ainda era jogador do Santos.
Blatter, por sua vez, não tinha motivos para festejar. O ex-presidente ficou de fora da cerimônia assim como Michel Platini, ex-mandatário da Uefa, e Jérôme Valcke, o poderoso ex-secretário-geral da federação que comanda o futebol.
Por conta dos escândalos de corrupção que mancharam a entidade em 2015, o presidente interino Hayatou não deixou de comentar o atual momento da Fifa logo na abertura da premiação. Blatter e Platini foram punidos pelo Comitê de Ética da federação com oito anos de suspensão.
“As federações e membros da Fifa irão eleger o novo presidente e vão ter a chance de aprovar algumas reformas que irão permitir mudanças em nossa entidade”, afirmou Hayatou, que fica no comando do futebol mundial até 26 de fevereiro, data das eleições.
Ainda na entrevista coletiva entre os três finalistas, Cristiano Ronaldo teve que responder pergunta não a respeito de seu desempenho nos gramados, mas sobre a séria crise de imagem pela qual passa o futebol.
“Em geral, a crise e a corrupção não são boas no futebol e na vida. Somos jogadores profissionais, jogamos todas as semanas, treinamos todos os dias e é nisso que estamos concentrados. O melhor seria não haver corrupção”, declarou CR7.
Também questionados, Messi e Neymar se abstiveram de comentar sobre a crise de imagem da Fifa.