Para a cervejaria Brahma, o Rio de Janeiro transformou-se em um imenso laboratório. A despeito de ter contrato com 26 clubes de futebol espalhados pelo Brasil, a marca do grupo AB-Inbev resolveu concentrar na capital fluminense o início de seus projetos para a modalidade antes de replicar os modelos no restante do país.
Isso aconteceu com a ligação entre a Brahma e os clubes. A empresa aboliu de seu trabalho a palavra “patrocínio”, e faz questão de usar “associação” quando fala da relação que mantém com as equipes nacionais.
Para dar ênfase a esse conceito, a Brahma passou a investir na estrutura dos times parceiros. No Rio de Janeiro, participou da engenharia financeira da reforma do Ninho do Urubu, centro de treinamentos do Flamengo, e assumiu a gestão do gramado do estádio Engenhão, casa do Botafogo, onde também pretende construir um camarote.
A Brahma também vai bancar a construção da nova sala de troféus do Fluminense, com inauguração prevista para outubro deste ano, que tem como principais destaques um painel interativo e uma tecnologia holográfica para mostrar todas as camisas da história do clube. E reformou vestiário, sala de imprensa e academia do Vasco.
No Vasco, a Brahma também promoveu uma série de intervenções em São Januário. A cervejaria criou o inflável “Trem bala da Colina”, caminho para a entrada dos jogadores em campo, bancou o novo placar eletrônico e assumiu a gestão do gramado, assim como ela faz no Engenhão.
Os quatro clubes também terão latas temáticas da Brahma. No entanto, como isso exige uma logística especial de produção e distribuição, ainda não há uma previsão de lançamento para os produtos no mercado.
O investimento em estrutura será um padrão espalhado pelo país. A partir do que foi feito no Rio de Janeiro, por exemplo, a Brahma acertou a reforma do centro administrativo do Atlético Mineiro e da sala de imprensa do Cruzeiro. A equipe celeste ainda promoverá um concurso entre seus torcedores para a escolha de um segundo equipamento a receber obras – as opções serão vestiário ou sala de musculação.
A tendência é que esse modelo se espalhe nos meses seguintes, até mesmo em clubes de mercados menores. Com isso, a ideia da Brahma é trabalhar o conceito de que a marca está ligada à estrutura do futebol brasileiro.
A ideia também permeia o plano da Brahma para um trabalho social no Rio de Janeiro. A empresa lançou um edital para escolher uma comunidade da cidade que abrigará um projeto piloto de investimento em estrutura para o futebol amador.
O projeto social englobará cinco grandes áreas: infraestrutura do campo de futebol da comunidade, reforma e construção de aparatos de lazer, campanha de consumo responsável de bebidas alcoólicas, campanha de reciclagem e oferta de cursos profissionalizantes.
Assim como a associação com os clubes, o início do trabalho no Rio de Janeiro é uma opção estratégica da Brahma. A partir disso, a ideia da empresa é replicar o modelo em outras partes do país.
O vencedor do edital no Rio de Janeiro vai ser anunciado no dia 2 de outubro. A Brahma assinou um protocolo de intenções com as autoridades locais para viabilizar o projeto na cidade.
O último ponto em que o Rio de Janeiro servirá como teste para a Brahma é o trabalho com torcedores. A empresa transformou o Fluminense em pioneiro para ações de ativação relacionadas aos adeptos. De acordo com a repercussão no clube, decide a viabilidade de replicar cada ação.
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