Consagrado, invejado e bilionário, Tiger Woods transformou a busca por contratos de patrocínio no esporte em uma tarefa muito mais difícil nas duas últimas semanas. A cobertura implacável da mídia sobre os problemas enfrentados pelo golfista número um do mundo pode fazer o mercado repensar os investimentos. As informações são da agência “Reuters”. A derrocada do jogador teve início no mês passado, após um acidente automobilismo supostamente provocado por sua mulher, a sueca Elin Nordegren, irritada com os casos extraconjugais do marido. Depois disso, Woods foi alijado dos comerciais da TV dos Estados Unidos e perdeu os contratos com Gatorade e Accenture. O esc”ndalo desenhou um ponto de interrogação na cabeça dos investidores, preocupadas com a falta de ingerência sobre o comportamento de seus patrocinados. ?Se Tiger pode se comportar mal, todos podem?, disse Marc Ganis, presidente da consultora esportiva Sportscorp. ?Não havia nenhum atleta considerado mais seguro do que ele há um mês. Todo esse esc”ndalo vai ter um impacto na indústria?, afirmou o especialista à ?Reuters?. Woods, de 33 anos, admitiu na semana passada que foi infiel à esposa por diversas vezes. Ícone do golfe, primeiro atleta do mundo a superar o faturamento de US$ 1 bilhão na carreira e considerado o esportista mais bem pago do planeta, o norte-americano se retirou do esporte por tempo indeterminado, na tentativa de resguardar sua imagem. Segundo Ganis, o período sabático fará bem ao golfista. ?A expectativa é de Tiger voltará e, quando isso acontecer, ele será maior que nunca, ao menos nos primeiros torneios?, avaliou. Nesse caso, os principais beneficiados com o retorno do jogador, de acordo com o especialista da Sportscorp, serão os organizadores dos campeonatos e donos de quadras por onde Woods passar. ?Em vez de indivíduos, que trazem um risco maior de esc”ndalos, mau comportamento ou desempenho, as empresas olharão com mais carinho para times, torneios e estádios?, finalizou Ganis.