A proximidade das eleições presidenciais no Brasil fez o futebol começar a virar palco para manifestações partidárias, algo que não se via acontecer havia algumas décadas dentro do país. E essas manifestações geraram bastante polêmica para atletas e clubes envolvidos nas discussões.
O jogador do Palmeiras Felipe Melo foi o primeiro a acirrar o ânimo nas redes sociais depois de dedicar o gol marcado contra o Bahia ao candidato à presidência Jair Bolsonaro, chamado por ele de “nosso futuro presidente”. A declaração gerou revolta entre torcedores que não apoiam o candidato. Muitos palmeirenses reclamaram que ele usou o poder midiático do clube para fazer campanha a Bolsonaro, desrespeitando os torcedores do clube que não apoiam o candidato.
O caso, porém, ficou restrito a debates nas redes sociais, uma vez que o Palmeiras não se manifestou publicamente sobre as declarações do atleta, que foi exaltado pelos filhos de Bolsonaro nas redes sociais. Em várias outras ocasiões, Melo já declarou apoio ao candidato, inclusive em vídeos com ele dentro do Palmeiras.
A situação que se tornou pública, porém, envolveu o Atlético-MG, que repudiou publicamente cântico homofóbico entoado por sua torcida durante o clássico contra o Cruzeiro e que também envolveu Bolsonaro. No intervalo do jogo, os torcedores cantaram “Cruzeirense, toma cuidado, o Bolsonaro vai matar veado”.
Horas após a partida, o Atlético soltou uma nota oficial repudiando qualquer atitude preconceituosa. O clube lembrou que é um “time de todos”, numa crítica ao grito da torcida. Além disso, foi replicado um vídeo produzido no último dia 23 de agosto, exaltando que o clube é aberto a todas as pessoas. Se, antes, o vídeo tinha pouco mais de 4 mil visualizações, após a publicação da noite deste domingo (16), a audiência foi para mais de 350 mil visualizações, nas somas de Twitter e Facebook.
Leia Mais: Palmeiras lança nota oficial sobre declarações políticas
Leia Mais: Análise: Rodada mostra limites da política
A proximidade do primeiro turno das eleições e a indefinição do cenário político levaram até para o exterior o debate envolvendo futebol e política. Na semana passada, o atacante Lucas Moura, do Tottenham, foi duramente criticado na Inglaterra por também declarar apoio a Bolsonaro. As declarações preconceituosas do candidato de extrema direita foram relembradas pela mídia e por torcedores para criticar a escolha de Lucas. O Tottenham é um clube que historicamente sempre se posicionou ao lado de minorias e de causas em favor do fim do preconceito. Após o caso, o clube tratou de “blindar” o atleta das críticas dos mais fanáticos.