Finalista na eleição da cidade que receberá as Olimpíadas de 2016, o Rio de Janeiro já terminou sua apresentação ao Comitê Olímpico Internacional. Representantes do projeto nacional fizeram discurso baseado na evolução econômica da cidade e a import”ncia que a realização do evento pela primeira vez na história teria para a população da América do Sul. As principais dúvidas da entidade foram sobre doping, rede hoteleira da cidade, legado e garantias para o torneio. O primeiro tema abordado nas dúvidas do COI foi o doping. Recentemente, o Brasil foi palco de grande polêmica sobre o assunto no atletismo, quando atletas que treinavam com o técnico Jayme Netto. O país evitou citar esses casos e prometeu dar todo o suporte pedido pela entidade mundial para um controle ferrenho durante os Jogos. Depois disso, houve uma dúvida sobre a rede hoteleira do Rio de Janeiro, que não atende a quantidade de leitos pedida pelo COI. A resposta lembrou a responsabilidade que o país precisa ter com os gastos dos Jogos e citou os portos da cidade como suportes para um incremento do volume de vagas a turistas na cidade. Os dois últimos temas abordados em perguntas do COI foram o legado que a cidade vislumbra com os Jogos de 2016 e as garantias que o Rio de Janeiro oferece para a organização. Nesse ponto, o discurso brasileiro passou a adotar um perfil mais ligado à emoção. ?Evidentemente, entre as quatro finalistas, o Rio é a cidade que receberá o maior legado em diferentes setores. A Copa do Mundo de 2014 já vai gerar grandes benefícios para a nossa população, mas as Olimpíadas terão um sentido ainda maior pelo tamanho que o evento tem em apenas uma cidade, enquanto a Copa é realizada em todo o país. Mas o maior benefício para o nosso povo é a autoestima. Não só aos cariocas, moradores do Rio de Janeiro, mas aos brasileiros e ao povo sul-americano: a possibilidade de sediar pela primeira vez os Jogos Olímpicos no nosso continente?, disse Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, responsável pela resposta sobre legado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que respondeu o questionamento do COI sobre as garantias do país, adotou um tom igualmente enfático: ?O Brasil mostrou ser cumpridor de seus compromissos. Precisamos provar a cada dia que nós resolvemos nos transformar em uma nação desenvolvida, capaz de recuperar no século 21 o que não conseguimos produzir no século 20. Além do compromisso da cidade, do Estado e do governo federal, tivemos aprovado no congresso na semana passada um ato olímpico dizendo que a Olimpíada não é desejo do presidente Lula, do governador Sérgio Cabral ou do prefeito apenas. É um desejo do Estado, e, portanto, do povo. Nós certamente teremos condições de fazer mais do que planejamos?.