O imbróglio em torno dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro está praticamente resolvido. Na tarde desta terça-feira (24), a Globo acertou acordo com o São Paulo pelas temporadas entre 2012 e 2015 da competição nacional.
Curiosamente, um dos responsáveis pelo desfecho positivo foi o empresário Roberto Justus, atualmente empregado do SBT. O executivo foi designado como consultor da presidência por Juvenal Juvêncio, mandatário do clube, para lidar com a questão.
“Fiquei feliz em poder contribuir com a minha experiência de anos de atuação nesse ramo, colocando-a em favor do São Paulo”, disse Justus ao site oficial do time paulista. “Sou são-paulino fanático e nada me deixaria mais contente do que ajudar meu clube”.
Outro nome que participou diretamente das negociações com a Globo foi Adalberto Batista, que deixou o comando da pasta de marketing recentemente para assumir a diretoria de futebol. “Ficamos plenamente satisfeitos com a evolução que obtivemos”, disse.
O negócio com a emissora representa, no cenário político do São Paulo, mais uma prova do fortalecimento de Batista. Durante apresentação de novo patrocinador, o novo diretor de futebol já havia desautorizado afirmações de Julio Casares, vice-presidente de marketing e comunicação, superior de Baptista no organograma são-paulino.
Até agora, o canal carioca já fechou com 18 clubes. Dentre os que compunham o Clube dos 13, que anunciou neste mês que desistiu de brigar pela venda dos direitos de transmissão, apenas Portuguesa e Guarani ainda não anunciaram nenhum acerto.
Como a entidade desistiu da comercialização, e o presidente Fábio Koff aguarda apenas que ele e Fernando Carvalho, ligado ao Internacional, deixem de ser avalistas pessoais das contas da entidade para deixar a presidência e dissolvê-la, a expectativa é que negócios com os clubes remanescentes sejam fechados nas próximas semanas.
As negociações diretas entre Globo e times, a exemplo do que fez o São Paulo, foram a saída encontrada pelas equipes insatisfeitas com o modelo de venda proposto pelo Clube dos 13. A instituição pretendia submeter as emissoras interessadas a processo de licitação formatado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
De acordo com a licitação, a Globo não teria direito à preferência de compra que teve nas vendas anteriores. Haveria apenas ágio de 10% a favor do canal carioca, que preferiu nem mesmo participar da licitação. A Record, que havia especulado a possibilidade de pagar R$ 1 bilhão pelos direitos, também ficou de fora.
A vencedora, então, foi a RedeTV!. Os R$ 516 milhões anuais oferecidos pela emissora para transmitir a competição nacional, contudo, não foram suficientes para convencer clubes insatisfeitos com o Clube dos 13 a seguir com a negociação coletiva. Desde então, negócios individuais vêm sendo anunciados frequentemente.