Fuga de patrocinadores, suspensão internacional, dívidas acumuladas, imbróglio na eleição. Os problemas se acumulam em algumas das principais confederações olímpicas do país neste início de ciclo olímpico para Tóquio 2020.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos acatou decisão judicial nesta quarta-feira (dia 15) e cancelou a eleição para a presidência. A disputa seria no sábado. Sem a Assembleia Geral, além de não eleger um sucessor para Coaracy Nunes, no poder há 29 anos, a CBDA atrasa o planejamento para a temporada.
A eleição foi suspensa após a nadadora Joanna Maranhão obter liminar na Justiça, alegando que os atletas não foram ouvidos para a formação da Comissão de Atletas que irá participar da votação. Os nomes foram indicados pela diretoria da CBDA.
A entidade enfrenta crise financeira após a perda dos patrocínios de Sadia e Bradesco e da redução do aporte dos Correios. A estatal, apoiadora há 24 anos, renovou até 2018 por R$ 11,4 milhões.
A Confederação Brasileira de Basquete ao menos elegeu seu novo presidente. Na última sexta-feira, o ex-jogador Guy Peixoto ganhou a disputa pela sucessão de Carlos Nunes. Ele promete implantar um plano emergencial de cem dias para iniciar os trabalhos da nova diretoria.
As turbulências são grandes. Em crise financeira, a entidade deve R$ 17 milhões segundo o balanço de 2015. Mas esses valores podem ser ainda maiores. “O primeiro passo é conhecer o montante da dívida. Depois, colocaremos em prática os planos de recuperação da sua saúde financeira e da credibilidade da entidade, que foi totalmente perdida pela gestão anterior”, criticou Peixoto.
A CBB perdeu o patrocínio máster do Bradesco. A verba da Nike, por sua vez, já está comprometida até 2018. Para complicar, com a suspensão das competições imposta pela Federação Internacional de Basquete, em vigor ao menos até maio, a CBB está impedida de receber dinheiro público, como os repasses da Lei Piva. Os salários estão atrasados.
Para recuperar a entidade, a Fiba propôs uma força-tarefa. Peixoto é contra. “A prioridade é retirar a suspensão do basquete brasileiro. Com isso, desbloquearemos todo o dinheiro e conseguiremos novos investidores”, diz o novo presidente.
Já a Confederação Brasileira de Tênis também sofreu cortes no patrocínio dos Correios. Com isso, reduziu custos: demitiu funcionários, cortou bolsas dos tenistas e mudou de sede. Deixou o aluguel em São Paulo e se deslocou para Florianópolis, dividindo prédio com a federação catarinense. Ambas as entidades são presididas por Rafael Westrupp.