A venda dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões da Europa em Portugal provocou uma crise política no país. No final de novembro, a emissora estatal RTP foi anunciada como vencedora da disputa pela transmissão da Liga em TV aberta. Ela bateu a TV1, de capital privado, e garantiu os direitos de transmissão para o próximo triênio (2015-2016 a 2017-2018).
O problema é que, segundo a mídia especializada portuguesa, a RTP pagou a cifra recorde de 18 milhões de euros pelo triênio, o que gerou revolta pelo uso de dinheiro público na aquisição de direitos televisivos. A emissora estatal nega que tenha pago esse montante pelos direitos, mas a derrotada TV1 alimentou a polêmica dizendo que “nunca participaria de uma concorrência” se soubesse que os valores propostos eram esses.
De acordo com a TV1, esse valor é 40% superior ao que foi oferecido pela empresa pelos direitos.
A briga esquentou após o CGI, Conselho Geral Independente, responsável por reduzir a ingerência do governo sobre a RTP, questionou a negociação com a Uefa e disse que não havia sido informado sobre a intenção da aquisição dos direitos.
Com base nisso, o CGI solicitou ao governo português a destituição da diretoria da emissora. Há três anos, o governo havia proibido a RTP de concorrer pelos direitos de transmissão da Liga.