A Under Armour não deverá ser mais a fornecedora de material esportivo do São Paulo. A informação foi dada pelo diretor financeiro do clube, Elias Barquete Albarello, ao “O Estado de S. Paulo”, e confirmada por diferentes fontes do clube à Máquina do Esporte.
“Queremos encaminhar até o fim do ano um novo fornecedor de material esportivo. Estamos recebendo propostas e já conversamos com as principais empresas que estão no mercado”, afirmou Albarello ao jornal paulista.
A confirmação pública do dirigente é a primeira feita pelo São Paulo, que desde julho deste ano já vinha renegociando o contrato válido até o fim de 2019 e que valia R$ 15 milhões em dinheiro, além de obrigar a fornecedora a dar uniforme para todas as equipes do clube, tanto no futebol quanto nos esportes olímpicos. A Under Armour, porém, não afirma que o negócio está desfeito.
Desde a mudança do ano fiscal nos EUA que a Under Armour, que passa por reajustes financeiros globalmente, já havia decidido renegociar os valores do contrato. A decisão foi tomada por dois fatores. O primeiro, o alto valor pago para o São Paulo. O outro, é que desde maio deste ano a marca também tem acordo com o Fluminense, o que lhe assegura mais visibilidade na mídia. Nesse negócio, não há o pagamento de mínimo garantido, o que torna o contrato muito mais rentável para a empresa.
Essa renegociação, porém, não seguiu um caminho amigável. Apesar do acerto pelo distrato, o São Paulo começa o ano vestindo a Under Armour, já que não há um novo acordo assinado.
E o clube deve ter dificuldades em achar um negócio tão vantajoso. Com o fim dos Jogos Olímpicos de 2016, as verbas de empresas globais foram reduzidas. As marcas nacionais, como Penalty e Olympikus, mudaram os planos de investimento e deixaram o futebol. Apenas a Umbro se sobressai nesse cenário, mas a marca acabou de acertar com o Santos, o que deve frear o interesse por um novo grande clube.
A parceria entre São Paulo e Under Armour teve início em 2015, ano de entrada da empresa no mercado brasileiro. O negócio foi fechado no fim de 2014 e acabou inflacionado por uma concorrência com a Puma, que já tinha assinado carta de interesses com o clube e foi tirada pelo então presidente Carlos Miguel Aidar.
Depois, Aidar foi acusado de cobrar propina para assinar com os americanos, por meio da cobrança de uma empresa estrangeira de uma comissão de R$ 18 milhões pela intermediação do negócio. O conselho são-paulino vetou o pagamento, e o clube nunca foi acusado de calote pelo intermediário misterioso.