A proximidade do sorteio para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, que será realizado neste sábado, aumentou e intensificou as críticas e os protestos em torno da competição que terá o Brasil como sede. E com isso, segundo o comitê organizador local (COL), também amenizou o clima de preparação do país para outro megaevento.
A teoria do diretor de comunicação do COL, Rodrigo Paiva, é que a Copa do Mundo de 2014 tem servido como uma espécie de escudo para os Jogos Olímpicos de 2016, que serão no Rio de Janeiro.
O argumento é baseado em dois pontos. O primeiro, mais óbvio, é o calendário. Por ser mais cedo, a Copa do Mundo sofre uma pressão que só depois será voltada aos Jogos Olímpicos.
Outro motivo, segundo Paiva, é a paixão que os brasileiros têm pelo futebol. Isso, na visão dele, intensifica a preocupação da população com a Copa do Mundo de 2014 em detrimento ao Rio-2016.
“Até 2014, todo mundo só vai falar de Copa. Nós damos um tranquilidade muito grande para o COB e para o COI trabalharem. Viramos um grande escudo”, analisou Paiva nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro.
No sábado, dia do sorteio preliminar, um grupo espera reunir até duas mil pessoas no Largo do Machado para protestar contra a Copa do Mundo de 2014. O motivo é a remoção de mais de 20 mil pessoas para obras urbanas que só serão realizadas em função dos eventos esportivos.
O tom de protesto, contudo, contrasta com a visão da Fifa. Meses depois de ter feito críticas aos atrasos na preparação do país, a entidade adotou tom mais ameno. No Rio de Janeiro, dirigentes da instituição fizeram prognósticos positivos para a Copa do Mundo de 2014.
“Vamos ser realistas: ainda há muito trabalho a fazer, mas estamos confiantes e acreditando no Brasil”, afirmou o suíço Joseph Blatter, presidente da Fifa. Ele chegou a dizer que espera uma Copa do Mundo “excepcional” no país.