A Copa do Mundo já acabou, mas a crise da seleção francesa de futebol não para de crescer. Nesta semana, o presidente da federação local, Jean-Pierre Escalettes, pediu demissão de seu cargo.
A decisão do dirigente foi tomada em função de uma avaliação que ele fez da participação da França na Copa do Mundo. “Diante de tudo que aconteceu, pedir demissão era meu dever”, disse Escalettes.
Na próxima sexta-feira, haverá uma reunião do conselho federal da França e Escalettes entregará o cargo oficialmente. Além disso, o dirigente dará sua versão sobre toda a crise que acometeu a vice-campeã mundial de 2006 durante a Copa do Mundo.
A celeuma na França começou a se tornar pública depois do revés por 2 a 0 para o México, na segunda rodada da Copa do Mundo. Um jornal francês publicou que o centroavante Anelka, substituído no intervalo, teria xingado o técnico Raymond Domenech no vestiário.
Anelka foi dispensado do grupo, decisão que revoltou os jogadores. O capitão Patrice Evra chegou a dizer que havia um traidor no elenco, e que esse elemento havia passado informações à imprensa – também vazou uma discussão entre os meias Ribéry e Gourcouff, ocorrida dentro do avião.
Depois disso, Evra se desentendeu com o preparador físico da equipe em um treino e atletas se recusaram a trabalhar para protestar contra a dispensa de Anelka. O elenco chegou a emitir uma carta, assinada por Evra, condenando a decisão.
Toda a polêmica fez com que o chefe de delegação da França, Jean-Louis Valentin, pedisse dispensa durante a Copa. Também levou o banco Credit Agricole SA a cancelar seu patrocínio à França.
Durante a Copa do Mundo, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, chegou a enviar à África do Sul a ministra do Esporte, Roselyne Bachelot, para averiguar o que estava acontecendo com a seleção. A iniciativa foi repreendida pela Fifa, que condena qualquer ingerência política na gestão do esporte.