?Eu sou fanático por futebol. E em toda a minha história como torcedor, nunca fiquei sabendo de uma Copa do Mundo que tenha sido adiada?. A constatação de Ralph Terra, vice-presidente executivo da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), resume o principal temor da entidade sobre o Mundial de 2014, que será realizado no Brasil: o prazo. Essa preocupação foi o principal mote de um relatório sobre a Copa do Mundo que a associação entregou ao comitê organizador local. O documento tem 19 livros (um sobre cada uma das 18 cidades que se candidataram a receber jogos, outro sobre o país) e mais de seis mil páginas sobre a estrutura atual e o necessário para o torneio. Entre avaliações sobre o quanto o Brasil precisa evoluir para a Copa do Mundo e quais são as obras mais urgentes, a Abdib demonstrou preocupação direta com o cumprimento dos prazos. A competição será realizada em julho de 2014, mas algumas cidades devem estar prontas para a Copa das Confederações do ano anterior. ?Nós devemos ter muita atenção com isso, principalmente com as coisas mais básicas. A Fifa tem um cronograma bem claro, e nós temos de assumir um compromisso com essas regras?, lembrou Terra na última segunda-feira, em evento promovido pela C”mara Portuguesa de Comércio no Brasil, em São Paulo, para debater o Mundial. O temor sobre o prazo foi repetido por uma série de outros dirigentes que estiveram no evento. Sobretudo porque 2010 é um ano de eleições em “mbitos estadual e federal, o que pode comprometer o início de algumas intervenções. ?É por isso que a Fifa determinou março de 2010 como um limite. As cidades que não iniciarem as obras de seus estádios até lá perderão o direito de receber jogos da Copa do Mundo?, disse Orlando Silva Júnior (PCdoB-BA), ministro do Esporte.