Premiar um diretor de comunicação como principal executivo do esporte em pleno ano de Jogos Olímpicos no Brasil parece um contrasenso. Mas muito do sucesso do Rio de Janeiro como sede olímpica se deve ao trabalho executado por Mario Andrada durante o evento.
Antigo diretor de comunicação da Nike no Brasil, Andrada assumiu em 2015 o cargo de chefe de comunicação dos Jogos Olímpicos. A princípio, não seria ele o porta-voz do evento. Até o início das Olimpíadas, executivos de marketing, comercial e até mesmo o presidente Carlos Arthur Nuzman eram os escolhidos para falar sobre os planos ambiciosos da cidade olímpica.
Mas, quando começaram os Jogos, e a pressão sobre o Rio de Janeiro passou a ser de toda a mídia mundial, Andrada foi alçado à condição de única voz a falar sobre a organização do evento. Todas as manhãs ele participava da conferência de imprensa em que participavam os jornalistas credenciados para a cobertura olímpica.
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Andrada explicou sobre assassinato de policiais da Força Nacional que entraram por engano numa favela, bala perdida em ônibus de mídia em Deodoro, cor esverdeada da água na piscina de saltos ornamentais e mais uma série de outras perguntas indigestas sobre a organização da competição.
Figura quase que onipresente no contato com a mídia, Andrada recebeu até o apelido de homem com “o emprego mais difícil do mundo” do Washington Post, que traçou o perfil do executivo numa extensa reportagem sobre as dificuldades do Rio em organizar as Olimpíadas.
Mas, ao dar a cara a tapa, Andrada também conseguiu reduzir os problemas de imagem dos Jogos Olímpicos e contribuiu, diretamente, para que o evento conseguisse ser agradável para a mídia estrangeira.