A transmissão de jogos pelo Facebook tem feito com que a própria plataforma social ainda tateie o mercado para entender como pode monetizar a partir das transmissões de eventos esportivos. Na última terça-feira (12), um encontro entre executivos do Facebook e patrocinadores da Liga dos Campeões da Uefa mostrou como o mercado ainda procura formas de se beneficiar da entrada da plataforma nas transmissões. E, a princípio, o caminho adotado pelo Facebook para faturar está na entrega de dados sobre os espectadores das partidas.
“Estamos indo ao mercado com projeto para a Champions League que prevê três formas de monetização. Uma é a empresa ser tagueada durante o jogo, e ela ter o acesso aos dados de quem assistiu ao jogo. Outra é ela ser marcada dentro do conteúdo produzido em relação à partida, e o terceiro é pensarmos na criação de filtros de realidade aumentada com temas de torneios específicos para as marcas. Queremos produzir coisas diferentes. Não venderemos publicidade tradicional”, contou Leonardo Lenz Cesar, head de esportes do Facebook na América Latina.
A entrega de dados sobre os consumidores dos eventos esportivos é um dos trunfos que o Facebook tem em relação a outras empresas. Esse, aliás, é o argumento que a plataforma tem usado para convencer os clubes a permitirem a transmissão de seus jogos em seus canais na rede. No próximo dia 7 de março, o Cruzeiro estreará um jogo exclusivo de time brasileiro na Copa Libertadores por conta disso. O clube abrirá o sinal da transmissão, que será produzida pela Fox, dentro de sua página na plataforma. Em troca, terá acesso aos dados dos torcedores que estiveram lá.
“Toda a informação ficará disponível para o clube que abrir a transmissão. Eles poderão fazer diversas ações com o torcedor a partir disso”, destacou Leonardo.
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O crossposting, como é chamada essa ferramenta, já é implementado na Liga dos Campeões da Uefa. Na rodada desta semana, os clubes que abriram seus canais para exibir jogos tiveram acesso aos dados. O duelo entre Manchester United e PSG, que também foi exibido pela TNT, teve 200 mil espectadores simultâneos.
“Tudo ainda é muito novo. Estamos fazendo um trabalho cada vez melhor nas entregas, e os números de interações foram maiores que o esperado inicialmente. É o início de uma trajetória nossa dentro da transmissão esportiva. Não produziremos o conteúdo, então não deixaremos de ser uma plataforma”, disse o executivo.
Uma das novidades, mas que ainda está restrita aos vídeos sob demanda, é uma adaptação do modelo que faz sucesso no YouTube. O Facebook anunciou, mundialmente, que passará a permitir anúncio durante a exibição de vídeos. Esse pode ser o primeiro passo para a transmissão esportiva gerar dinheiro na plataforma.