O juiz alemão Hans-Joachim Eckert confirmou na manhã desta quinta-feira (8) a recomendação do Comitê de Ética da Fifa e suspendeu Joseph Blatter e Michel Platini por 90 dias. Jerome Valcke, afastado da entidade desde que seu nome foi envolvido em um esquema de revenda de ingressos com ágio para a Copa do Mundo do Brasil, recebeu a mesma pena.
A sentença de três meses é a máxima punição da Fifa quando há uma investigação em andamento. Na semana passada, a Justiça da Suíça abriu ação penal contra Blatter e Platini por má gestão e pagamento desleal no processo de antecedeu o Mundial brasileiro.
“Se o que está sendo relatado por conta das intenções da câmara de investigações do Comitê de Ética da Fifa é de fato verdade, nada irá me deter de garantir que a verdade seja conhecida”, disse o presidente da Uefa em nota, antes de o anúncio oficial da suspensão.
Já o presidente da Kia/Hyundai, Chung Mong Joon, foi banido do futebol por seis anos sob acusação de compra de votos nas licitações para as Copas de 2018 e 2022, que acontecerão na Rússia e no Qatar, respectivamente.
Blatter já não pode mais usar o seu escritório na sede da entidade, em Zurique. Em seu lugar, como a Máquina do Esporte adiantou nesta manhã, assume o camaronês Issa Hayatou, de 69 anos. O capítulo C do Estatuto da Fifa diz que, na ausência do presidente, o vice mais velho assume o posto.
Hayatou também é membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e foi derrotado por Blatter nas eleições de 2002. Seu currículo inclui a presidência da Confederação Africana de Futebol (CAF) e a seleção de basquete de Camarões como atleta. Seu nome apareceu em uma lista de subornos em negociações de direitos de TV da Copa do Mundo na década de 1990.
O espanhol Ángel Maria Villar assume a Uefa interinamente com a suspensão de Michel Platini.
Com a punição, Blatter voltaria ao cargo em janeiro, um mês antes do pleito. Há uma corrente na imprensa europeia defendendo que, com a suspensão, o suíço de 79 anos, enfim, renunciaria.
Com isso, a escolha do novo presidente da Fifa virou um enorme ponto de interrogação. A inscrição de candidaturas termina no dia 26 de outubro: além de Platini e Chung Mong-Joon, CEO da Kia/Hyundai, parceira comercial da Fifa, o príncipe jordano Ali Bin Al-Hussein e o ex-jogador Zico manifestaram interesse em concorrer ao cargo. Nenhum deles se pronunciou após a última turbulência na Fifa.