A exemplo do que fez o Comitê Olímpico Internacional (COI) durante toda a década de 1990, a Fifa está recolhendo imagens históricas das Copas do Mundo para montar um banco de imagens. A estratégia, que busca o fortalecimento do evento e a capitalização do mesmo, foi implantada na negociação com as emissoras de TV pelos direitos de 2010. Nas conversas com os canais de todo o mundo, a entidade exigiu o recolhimento de imagens de todas as edições. Quem revelou o acordo foi Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte, durante um fórum sobre o Mundial de 2014, realizado na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). ?A Fifa vem ressaltando esse seu lado proprietária, e isso mostra que na negociação a parte mais tensa não é a que diz respeito aos direitos, porque isso está mais ou menos transparente?, disse o executivo. Na década de 1990, o COI tomou o mesmo caminho. Para criar filmes e produtos próprios diversos, o órgão fez um forte trabalho com emissoras de todo o mundo para recolher imagens dos Jogos históricos. Com isso, conseguiu, além da possibilidade de capitalização, restringir ainda mais o uso da marca das Olimpíadas. Porém, esse conceito, que já vem sendo utilizado pela Fifa na relação com os patrocinadores oficiais, não vai beneficiar as redes parceiras em um primeiro momento. Segundo Campos Pinto, apenas os canais contratados são obrigados a devolver as imagens, restrição que não é feita às emissoras que não são parceiras. ?A Fifa está correndo atrás disso, mas podemos dizer que, paradoxalmente, quem está pagando sai penalizado?, disse o executivo.