A Fifa anunciou nesta segunda-feira (1) a suspensão de repasses a Conmebol e Concacaf no valor de US$ 20 milhões. As duas entidades são o epicentro da crise que afeta o futebol mundial desde maio do ano passado, com denúncias de subornos e pagamentos ilegais envolvendo direitos de transmissão de TV, além de compra de votos para edições da Copa do Mundo.
Cada uma das organizações vai perder US$ 10 milhões, segundo nota emitida pela Fifa. Esta é a primeira sanção financeira aplicada pela entidade máxima do futebol mundial desde o estouro do escândalo de corrupção, às vésperas das eleições presidenciais de 2015.
“A confederação estava operando com cerca de US$ 2 milhões em dinheiro disponível, uma situação extreamamente precária”, diz a Concacaf à Bloomberg por email. A crise levou a grupo que coordena o esporte na América Central, Caribe e América do Norte a suspender o pagamento de salários de 41 funcionários e cancelar todas as reuniões até novo aviso.
“A Concacaf cumpriu todos os pedidos da Fifa de documentos e informações sobre os processos administrativos para garantir que o problema seja resolvido em tempo hábil”, completa o texto enviado à Bloomberg.
Atualmente, a entidade está sendo gerida pela Alvarez & Marsal, uma consultoria contra falência internacional, que assumiu a gestão do banco de investimento Lehman Brother após o colapso de 2008. O objetivo é ter reservas de US$ 28 milhões até o fim do atual ano fiscal.
Em contrapartida, os detalhes econômicos da Conmebol são mais obscuros. Após a eleição de Alejandro Dominguez como novo presidente, a entidade anunciou planos para uma auditoria imediata em suas contas, algo que também foi prometido por Juan Angel Napout, seu antecessor, antes da prisão, em dezembro. O atual mandatário, contudo, não abriu os números da gestão anterior.