A Fifa acertou contrato de patrocínio com o grupo chinês Mengniu, especializado em laticínios e sorvetes. O acordo é o quarto da entidade com uma marca chinesa, após os acertos com o grupo multimídia Wanda, a fabricante de eletrônicos Hisense e a Vivo, que não é a marca brasileira da espanhola Telefónica, mas uma marca chinesa que produz smartphones.
A série de contratos com os chineses mostra a força financeira cada vez maior do país asiático, mas também a visão da Fifa, que enxerga nos grupos chineses verdadeiros “salvadores da pátria” depois de muitas marcas darem as costas para a entidade por conta dos escândalos de corrupção.
Além disso, os acordos dão margem a especulações de que a China estaria demonstrando cada vez mais interesse em sediar a edição da Copa do Mundo de 2026 ou de 2030.
Segundo o contrato, assinado apenas para o Mundial, o grupo Mengniu terá direitos exclusivos sobre iogurtes e sorvetes em todos os espaços da Fifa na Rússia. Além disso, os chineses poderão usar a imagem da Copa do Mundo em campanhas promocionais de leite normal e em pó que realizarem dentro da própria China.
Pelo seu lado, a Fifa estampará a marca em todas as suas plataformas de promoção, como canais digitais e placas de publicidade de LED ao redor dos gramados, assim como nos ingressos para as partidas.
“Também nos beneficiaremos, naturalmente, com o fato de o negócio da Mengniu atrair crianças e jovens, nos dando a oportunidade de interagir com uma nova geração de fãs do futebol”, explicou Philippe Le Floc’h, diretor comercial da Fifa.
“Este é um passo muito importante para que a Mengniu se torne global e também para reconstruir a confiança do mundo na indústria de laticínios da China”, afirmou Lu Minfang, diretor executivo da Mengniu.
Vale lembrar que as empresas chinesas de laticínios foram barradas há cerca de uma década por conta de um escândalo que se tornou mundial após o envenenamento de milhares de crianças.
A Fifa vai faturar cerca de 1,4 bilhão de euros com patrocínios na Copa do Mundo da Rússia em 2018. Apesar de alto à primeira vista, o valor é, na verdade, 8,2% menor do que foi no último Mundial, realizado no Brasil, em 2014. A principal causa é a corrupção, que fez com que o número de parceiros exclusivos para o torneio diminuísse e ainda levou a uma quase ausência de patrocinadores chamados de regionais.
Até o momento, juntando os patrocinadores fixos da própria Fifa e os específicos para o Mundial de 2018, a entidade tem 13 marcas, das quais quatro são chinesas, uma é russa (Gazprom), de olho no Mundial em casa, e outra é do Qatar (Qatar Airways), de olho no próximo mundial, que será realizado no país do Oriente Médio. No Brasil, em 2014, foram 20 no total.