Brigas de torcida, brigas de dirigentes, estádio vazio e até mesmo pane do VAR, principal aposta dos dirigentes para modernizar o futebol. O fim de semana era de festa pelas finais dos campeonatos estaduais, mas também serviu de vitrine para os maiores problemas atuais do futebol brasileiro.
O principal ponto foi, novamente, a violência. Dentro do estádio, o caso mais complicado foi entre Náutico e Sport, nos Aflitos. Uma briga entre torcedores nas arquibancadas, durante o primeiro tempo da partida, obrigou a intervenção da Polícia Militar e gerou cenas fortes para os presentes na arena.
Foto: Alexandre Gondim / JC Imagem
Longe do campo, o problema foi mais complicado. Em Belo Horizonte, houve casos de encontro entre torcedores e até mesmo uma tentativa de homicídio. Em São Paulo, ao menos três pessoas foram baleadas e 14 foram presas.
Ao menos no Morumbi, as notícias foram boas. Antes da partida, o Corinthians exigiu maior segurança para a chegada do ônibus da equipe, que no ano passado teve vidros quebrados por torcedores. Desta vez, o isolamento da Polícia Militar funcionou, e a equipe não teve qualquer problema para chegar ao estádio.
Outro problema vivido no fim de semana foi a falta de público. Na maior parte das finais, as arquibancadas estavam cheias. Mas em um dos mais tradicionais torneios do país, o Campeonato Carioca, foi uma decepção. Menos de 10 mil pessoas estiveram no Engenhão para assistir ao encontro entre Vasco e Flamengo.
O Vasco, mandante do jogo, não quis colocar o evento no Maracanã por não ter sido incluído no consórcio que administrará o estádio, que ficará a cargo de Flamengo e Fluminense. Como protesto, o presidente do time, Alexandre Campello, declarou que não mandará jogos no local. Como São Januário não comportaria a divisão das arquibancadas por igual entre os times, o Engenhão foi escolhido. Nenhuma das duas torcidas, no entanto, parece ter abraçado a ideia.
No Engenhão, o público não foi o único ponto fraco do jogo. Durante o segundo tempo da partida, houve uma pane no sistema de árbitro de vídeo. As imagens não foram mais geradas para a arbitragem, que teve que abrir mão do recurso, festejado pelos dirigentes para a reta final do Campeonato Carioca.
Em São Paulo, o VAR funcionou, mas irritou. O recurso chegou a ser usado aos 48 minutos do segundo tempo, com uma paralisação de quatro minutos para checar um possível pênalti. Até comentaristas da Globo mostraram constrangimento pela demora. E, no fim, pouco evitou a polêmica. Houve gritos de “vergonha” nas arquibancadas e reclamações públicas de dirigentes após o término do jogo.