Tema recorrente no debate sobre comportamento da mídia em relação ao esporte, o veto da Globo ao uso de naming rights de estádios em transmissões esportivas vai deixar de existir. A emissora incluiu em contratos fechados com as equipes no ano passado uma cláusula em que admite citar parceiros comerciais das arenas, e atualmente conduz um estudo interno para decidir como fazer isso.
Em novembro deste ano, o Grêmio divulgou estimativa de faturar R$ 100 milhões em um contrato de dez anos pelos naming rights da arena que o clube está construindo. A diretoria tricolor tem usado a anuência da Globo como trunfo nas negociações.
O faturamento com naming rights também é o principal alicerce do projeto comercial do novo estádio do Corinthians, que está sendo construído em Itaquera. O aparato deve receber a abertura da Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, e o clube alvinegro, segundo a “Folha de S.Paulo”, já recusou uma proposta de R$ 220 milhões pelo nome do local.
O otimismo das equipes em relação ao potencial comercial dos estádios está diretamente ligado aos novos contratos com a Globo. Os vínculos foram assinados neste ano, depois do processo de implosão do Clube dos 13, e têm validade até 2015.
Na época, o Clube dos 13 chegou a anunciar um acordo com a RedeTV! pelos direitos de mídia do Campeonato Brasileiro. No entanto, um grupo de clubes ignorou o acerto e passou a negociar individualmente com as emissoras.
O processo deu origem a um modelo individual de negociações de mídia. A Globo fechou contratos até 2015 com 18 times (Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Grêmio, Internacional, Atlético-MG, Cruzeiro, Atlético-PR, Coritiba, Bahia, Vitória, Goiás e Sport).
“Está nos contratos que nós nos comprometemos a estudar como compatibilizar esse tipo de negociação com a política comercial da emissora”, confirmou Marcelo Campos Pinto, diretor da Globo Esporte.
O modelo de adoção dos naming rights nas transmissões da Globo será definido e esmiuçado apenas em 2012. A única coisa certa até o momento é que o uso será inserido gradualmente no conteúdo (chamadas de programação, por exemplo, serão um estágio anterior às transmissões).