Um dos principais motivos para a Petrobras ter retomado o investimento em Lei de Incentivo ao Esporte foi uma mudança no mecanismo, que passou a admitir aportes parcelados – anteriormente, todo o dinheiro de um projeto tinha de ser entregue de uma vez, o que dificultava a fiscalização. Nesta segunda-feira, a estatal anunciou um plano para colocar R$ 265 milhões em cinco modalidades olímpicas (boxe, remo, esgrima, taekwondo e levantamento de peso) até 2014. Mas a iniciativa só foi liberada porque a gestão técnica dos recursos será feita pelo instituto Passe de Mágica, coordenado pela ex-jogadora de basquete Paula.
O Passe de Mágica é quem receberá todo o montante investido pela Petrobras – os depósitos serão feitos em uma conta criada especificamente para esse fim. A partir disso, o instituto cumprirá solicitações feitas pelas confederações, que não terão acesso a dinheiro em nenhuma etapa do processo.
Para isso, o instituto teve encontros com as confederações e tentou identificar carências. Os responsáveis pelos esportes tiveram de informar ao Passe de Mágica, por exemplo, qual é a necessidade que eles têm para comprar passagens. A entidade de Paula receberá o dinheiro da Petrobras, fará a aquisição e entregará os bilhetes.
“Faltava gestão técnica ao projeto, e isso a gente não pode fazer. A gente foi conversar com pessoas do mundo do esporte, e todo mundo falava da Paula. Não só por tudo que ela tem de experiência e por ter feito cursos de gestão, mas porque já trabalhou com o centro olímpico. Até os presidentes de confederações aprovaram o nome dela”, contou Cláudio Thompson, gerente de patrocínio esportivo da Petrobras.
Cada modalidade terá um aporte anual de R$ 20 milhões advindo do projeto da Petrobras. A expectativa do Passe de Mágica é que os recursos começarão a ser disponibilizados em novembro ou dezembro deste ano. “Nós vamos fazer esse meio-campo, o que é muito importante”, ratificou Paula.
A meta inicial do projeto é beneficiar 110 atletas e viabilizar a participação das confederações em 59 competições internacionais e 35 eventos nacionais por ano. No entanto, a lista de esportistas que usufruirão do benefício ainda não está fechada – o grupo será montado por critérios técnicos, e algumas modalidades ainda precisam de tempo para isso.
O projeto ainda conta com um viés educacional, que será baseado em modelo similar. Os recursos serão destinados ao instituto Esporte e Educação, gerido pela ex-jogadora de vôlei Ana Moser. Esse será o foco do restante dos recursos.
Paula e Ana Moser, aliás, participaram da elaboração do projeto. As duas foram consultadas pela Petrobras, assim como o ex-jogador de futebol Sócrates e a direção da ESPN Brasil.