Nos últimos anos, a Conmebol e os clubes sul-americanos têm discutido a possibilidade de fazer uma final única para a Libertadores. A medida tem um espelho claro: o sucesso da decisão da Liga dos Campeões da Europa.
De fato, é positivo o exemplo do velho continente, ainda que a importação do modelo de negócio não seja simples. Hoje, a final da Liga é o grande evento esportivo da Europa, afirmação que se deve a inúmeros fatores.
O dia é um deles. Especialmente após 2010, quando a decisão passou a ser disputada no fim de semana. A escolha da Uefa fez com que a transmissão da partida fosse potencializada mundo afora. E ainda deu mais tempo e oportunidade para eventos de relacionamento dos patrocinadores.
Hoje, receber a decisão da Liga é uma atração para as cidades, que podem potencializar suas ambições turísticas e lucrar com o fim de semana repleto de torcedores de todos os lugares. Cardiff, o município escolhido para este ano, é uma amostra perfeita.
Talvez o melhor exemplo de valorização do evento, dos parceiros e da cidade-sede seja o Champions Festival, estrutura que recebe atrações relacionadas à final do torneio por dias, com diversas ativações dos patrocinadores.
Na Libertadores, uma final única implica em uma dificuldade logística de uma região 70% maior que a Europa e com PIB 70% inferior. Passo muito mais razoável seria tratar o torneio com mais carinho.
A criação de evento paralelo nas cidades que receberiam a final seria uma possibilidade mais simples que se pode tirar da Europa neste momento, com um maior tempo entre as semifinais e as finais para que os patrocinadores pudessem preparar suas ativações.