A Índia passou a ser uma das prioridades no plano estratégico de difusão do futebol da Fifa. Na última quarta-feira, a entidade que comanda o futebol apresentou o plano, feito em conjunto com a AIFF (Associação de Futebol Indiana).
“A Índia é um país prioritário para a Fifa na Ásia em termos de desenvolvimento do futebol. Estamos investindo muito nesse país porque acreditamos no seu enorme potencial. É uma economia em rápido crescimento, com 1,2 bilhão de pessoas”, afirmou Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, em visita ao país.
Um dos principais passos para isso ocorreu no último final de semana, quando foi inaugurada a primeira liga profissional do país. Para a primeira edição do torneio, houve a inscrição de oito equipes: Atletico de Kolkata, Chennai, Delhi Dynamos, Goa, Pune City, Kerala Blasters, Mumbai, Northeast United.
A liga já criou uma marca própria, um site oficial, e a partir da chegada de patrocínios, trouxe alguns jogadores conhecidos, em fim de carreira. Assim, a competição, lançada pela agência IMG, terá a participação de Robert Pires, Anelka, Trezeguet, Del Piero, Materazzi, Ljungberg e Capdevilla, entre outros.
Oito brasileiros atuam no torneio, entre os quais o mais conhecido é o meia Elano, ex-Santos, Grêmio e Flamengo. O jogador, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, em 2010, atua pelo Chennayiyn. Já o técnico Zico dirige o Goa, situado em território que já foi colônia portuguesa.
A iniciativa despertou o interesse de empresas como Hero MotoCorp (patrocinador master), Puma (bola oficial), Samsung, Suzuki e Pepsi, entre outras. O campeonato também possui parceria estratégica com a Premier League, que administra o badalado Campeonato Inglês, o mais rentável do mundo.
O objetivo dos dirigentes do país é fazer com que a competição torne-se, em pouco tempo, uma das principais ligas asiáticas. Outra meta, para atrair torcedores, é melhorar o nível da seleção indiana. Em 2017, o país entra definitivamente no mapa de eventos oficiais da Fifa, com a sede da Copa do Mundo sub-17.
“Com essa competição, teremos um pontapé de saída. A Índia será capaz de ter outras competições oficiais no futuro, com a ajuda do governo e da economia do país”, afirmou Valcke, em encontro na Câmara do Comércio e da Indústria da Índia.
O país se classificou apenas uma vez para a Copa do Mundo. Em 1950, os adversários desistiram das eliminatórias, dando vaga direta para a Índia para o Mundial disputado no Brasil. Mas a federação desistiu de enviar a equipe após a Fifa proibir a seleção de jogar descalça, como era costume na época no país.
“Com a ajuda da Fifa, seremos capazes de implementar uma estrutura completa de desenvolvimento”, acredita Praful Patel, presidente da federação indiana, mostrando que os tempos são outros.