Chegou o momento em que uma operadora de estádio lucra mais do que quase todos os clubes de futebol de um estado. Na Bahia, o consórcio que controla a Itaipava Arena Fonte Nova vai terminar o Campeonato Baiano Chevrolet com mais receita líquida do que 11 dos 12 times que dele participam. Só o Bahia, único a jogar na própria Fonte Nova, lucrou mais do que a arena em 2014.
A situação, na verdade, poderia ser muito melhor para todos. Dos seis jogos que o Bahia foi mandante, quatro terminaram com prejuízos de R$ 53 mil a R$ 85 mil. Nessas quatro partidas deficitárias, o consórcio formado por Odebrecht e OAS abriu mão do aluguel pelo uso do campo. Os tricolores só ficaram no azul duas vezes, exatamente nas duas ocasiões em que enfrentou o rival Vitória. Somados os seis resultados, terminou o Estadual com R$ 533 mil de lucro.
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Em seguida, quem mais lucrou foi a Fonte Nova. Os aluguéis cobrados nos dois únicos jogos do Bahia que deram lucro somaram R$ 195 mil. É mais do que ganhou o Serrano, terceiro lugar, com receita líquida de R$ 120 mil, praticamente empatado com o Vitória da Conquista, em quarto, também com R$ 120 mil. O Vitória, sem poder jogar no estádio dele, o Barradão, fechado para reformas, jogou no Pituaçu cinco vezes e aparece em quinto, com R$ 77 mil lucrados.
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Depois do Vitória, Catuense e Juareirense ainda conseguiram terminar no azul. Os outros seis, metade dos times que jogou o Baiano, fecharam o campeonato com prejuízos. As médias de público desses seis estão entre 300 e 500 torcedores por partida. O preço do ingresso varia entre R$ 9 e 15. E os estádios que eles visitaram, com capacidades bastante reduzidas se comparados ao resto do país, tiveram ocupação inferior a 5% em cinco casos.