O início de ano promissor da Champs, com novos contratos e um projeto audacioso para o esporte, está desandando, tanto com o público quanto com dirigentes. Depois de passar por situações embaraçosas por problemas de entrega de material no Vasco e na Ponte Preta, a marca paulistana sofre com as reclamações do Náutico, que chegou a improvisar uma camisa de goleiro. O incidente aconteceu no início do Campeonato Pernambucano, quando Eduardo teve de entrar em campo com um modelo de 2008, da Wilson, coberto de esparadrapos. O ?remendo? causou polêmica, e foi classificado como o ?Mico da Rodada? por um programa local. A diretoria alvirrubra também reclama de dificuldades no abastecimento das lojas oficiais e de outros setores do clube. As categorias de base do futebol, por exemplo, entram em campo com as camisas da antiga parceira por falta de material da Champs. ?Olha, não dá para dizer que a situação está boa não. Nós temos de conversar com eles e acertar algumas coisas, ouvir deles um compromisso. É lógico que não dá para rescindir, mas isso também não pode ficar assim?, disse Roberto Varela, vice-presidente de marketing do clube dos Aflitos. O contrato entre as partes foi firmado no fim do ano passado, e urgência dos procedimentos é apontada pela Champs como principal responsável pelos incidentes com os parceiros. De acordo com Rafael Leandrini, assessor de marketing da empresa, a demora na aprovação dos modelos por parte dos clubes atrasa e produção, e causa constrangimentos em campo. ?O nosso diferencial é o atendimento com excelência. Nós sempre fechamos tudo no prazo, mas às vezes os clubes não aprovam tudo na hora certa, e eu não posso fazer nada sem eles, porque eles são praticamente meus clientes?, disse o executivo. No início do ano, o Vasco iniciou os trabalhos com meiões e uniformes de comissão técnica da Reebok, fornecedora até o fim do ano passado. Já na Ponte, a situação é ainda mais grave, já que todo o conjunto de treinamento utilizado até meados de fevereiro era da Diadora. Questionado sobre a coincidência de atrasos por parte de seus parceiros, que não são vistos com tantas frequência em outros casos, Leandrini contemporizou. ?Você tem de entender que o Vasco, por exemplo, está passando por um momento difícil, com mudanças no marketing e até na presidência. Já o Náutico trocou todo o departamento de marketing [Roberto Varela, vice-presidente da área em 2008, segue no cargo]?, avaliou. O clube nordestino ainda nega qualquer tipo de problema na aprovação das artes. Segundo Marcelo Furtado, superintendente da área, o fato de Varela ser sócio de uma empresa de design só acelera o processo, já que ele tocaria pessoalmente os projetos.