As reformas e construções de arenas no Brasil, crescente tendência desde a escolha do país para sediar a Copa do Mundo, tem gerado dúvidas sobre a captação de recursos. A maioria dos clubes não tem capacidade financeira para bancar obras solitariamente, e construtoras ganharam força. Agora, mais um elemento entra em cena.
Após ter sido totalmente adquirida pela Geo Eventos, a Outplan, criadora do Setor Visa, pretende replicar o modelo em estádios em todo o Brasil. Em síntese, o plano é criar espaço premium nas arquibancadas, voltado para torcedores dispostos a pagar mais pelo conforto. Esse conceito já obteve resultados positivos em vários locais.
O Palmeiras, por exemplo, possuía um Setor Visa no recentemente demolido Palestra Itália. “O Setor Visa, entre todos os setores do estádio, sempre teve mais público, proporcionalmente”, conta Leandro Valentim, diretor executivo da Geo Eventos. “Mesmo custando R$ 49, em vez de R$ 20, muita gente preferia pagar”.
A lógica é que, com mais público e conforto, empresas naturalmente se interessariam em batizar esses setores e despejar investimentos. O Setor Visa, na visão de Valentim, é o único case bem sucedido de comercialização de naming rights no Brasil. “O setor pegou, porque a torcida o chama assim”, argumenta o diretor.
A procura por empresas já começou, mas essa ainda é só uma das pontas do negócio. A Outplan também tem a missão de convencer clubes a deixá-la ocupar parte do estádio. Para a agremiação, a chegada da agência seria interessante pois aquele setor é reformado com recursos dela e as receitas posteriores podem ser divididas.
O clube nem precisa estar na primeira divisão para interessar à Geo Eventos, basta ter bons índices de público ou potencial para que haja. Os primeiros a serem procurados, por sua vez, também não precisam ser aqueles que já têm obras em andamento, pois a agência auxilia na construção e está disposta a participar desde o projeto.
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