O ex-presidente do Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia, conseguiu afastar a OAS da Arena da Baixada, a ser utilizada durante a Copa do Mundo de 2014. Na noite da última segunda-feira (25), em reunião no conselho deliberativo, grupo comandado pelo cartola conseguiu emplacar nova modelagem para obras no estádio.
A representante do Estado do Paraná, embora seja a arena que menos precisa de reformas entre as cidades-sede do evento, teve problemas no início do ano – quando, por conta de novas exigências da Fifa, o orçamento subiu de R$ 135 milhões para R$ 220 milhões. Ainda não era sabido quem iria bancar os R$ 85 milhões excedentes.
A OAS havia oferecido pagar o montante sobressalente, mas queria obter parte das receitas da Arena da Baixada por 20 anos, algo que desagradou conselheiros atleticanos. A oferta vencedora, de Petraglia, prevê a criação de Sociedade de Propósito Específico (SPE) entre Atlético-PR e uma construtora para bancar os custos.
De qualquer modo, alguma construtora terá de participar da empreitada, mas a SPE a ser concebida pelo grupo de conselheiros prevê que o controle absoluto pertença ao clube. O intuito é que o orçamento seja reduzido para R$ 180 milhões, e esse valor seja dividido em três partes iguais, para clube, prefeitura e governo.
Dessa maneira, o montante a ser pago pelo poder público irá aumentar. Antes, município e Estado iriam ceder R$ 35 milhões cada em forma de potencial construtivo ao clube – um título que pode ser revendido a terceiros para que esses construam além dos limites urbanos estipulados. Esse valor deve subir para R$ 60 milhões cada.
“Infelizmente, foram dois anos e dois meses de vida perdida, em que nós não fizemos absolutamente nada”, criticou Petraglia após a reunião no conselho deliberativo. “Lamentavelmente, os prazos estão curtos, mas nós temos a maior intenção de trabalharmos para que Curitiba seja sede também da Copa das Confederações”.
As definições acerca da proposta feita por Petraglia deverão começar a surgir a partir da próxima semana, quando o conselheiro atleticano irá viajar para o Rio de Janeiro para se reunir com Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Após a vitória, o ex-presidente demonstrou força política no clube.
Embora o projeto traçado nas últimas três semanas pela diretoria do Atlético-PR e pela OAS tenha sido derrubado, autoridades paranaenses não creem em atrasos nas obras. Entende-se que, ao acelerar a reforma da Arena da Baixada e garanti-la nos eventos esportivos, Petraglia ganhará força para voltar à presidência atleticana.
Procurado pela reportagem da Máquina do Esporte para comentar a vitória na última segunda, o ex-presidente do clube paranaense não foi encontrado até o fechamento deste texto.