O VAR, sigla em inglês para o árbitro de vídeo, chegou ao futebol brasileiro com peso de salvar o esporte das constantes polêmicas de arbitragem. Mas não tem sido isso o que tem acontecido na prática, com diversas discussões sobre as decisões tomadas nos últimos jogos. Nessa história, ganharam as marcas que apostaram na exposição gerada pela tecnologia.
Desde o ano passado, com a TCL na Copa do Brasil, o futebol brasileiro tem colocado o VAR como uma propriedade comercial. Como as câmeras ficam focadas na sala da arbitragem de vídeo e na tela onde o juiz revê o lance duvidoso, criou-se um espaço de maior exposição para marcas. A estratégia, no entanto, não tem um retorno bem definido: em um jogo sem lances complicados, a exposição das marcas nas transmissões ao vivo fica consideravelmente reduzida.
Foto: Thiago Calil / AGIF
Mas isso não tem afastado as marcas. A TCL, por exemplo, exportou a estratégia usada na Copa do Brasil para a Copa América deste ano. No Paulistão, foi a Sky quem apostou no VAR do torneio. Em Minas Gerais, o Sesc consegue exposição com a marca colocada na sala onde ficam os árbitros de vídeo do Campeonato Mineiro.
E se o VAR é uma aposta de exposição, ela tem dado certo: a tecnologia já foi protagonista em uma série de partidas dos Estaduais. No sábado, o vídeo anulou um pênalti do Palmeiras contra o São Paulo. O lance, considerado interpretativo, irritou os jogadores e o técnico palmeirense. Na última semana, em duelo contra o Novorizontino, o clube já havia se aborrecido com as decisões da nova arbitragem.
No Campeonato Mineiro, o VAR ajudou a anular dois gols do Atlético Mineiro e ainda a expulsar um jogador do time no fim de semana. O resultado foi mais polêmica, com reclamações públicas de dirigentes do time. No Rio de Janeiro, a maior discussão aconteceu durante a semana, com o clássico Flamengo x Fluminense e lances que foram considerados erros dos árbitros de vídeo. No caso dos cariocas, não há uma marca específica para o patrocínio às novas tecnologias.
LEIA MAIS: Análise: VAR não pode ter protagonismo
Pela entrega pouco certeira, o patrocínio ao VAR ainda não é uma unanimidade. A Fifa, por exemplo, recusou vender uma cota específica para isso na Copa do Mundo do ano passado. A recomendação da entidade é que o vídeo seja usado o mínimo possível; garantir exposição para parceiros está, portanto, fora de cogitação por ora. No Brasil, não há publicamente um acordo sobre entrega às marcas. Mas, na prática, a tecnologia tem ganhado protagonismo constantemente.