Rivais em Campinas, Ponte Preta e Guarani possuem bons motivos para assistir aos jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul. Os clubes são responsáveis pela formação dos titulares Luís Fabiano e Elano, respectivamente, e têm aproveitado a imagem dos jogadores.
A Ponte Preta, mais incisiva, produziu vídeos institucionais sobre a convocação do ex-atleta, segundo o diretor de marketing Márcio Volpe. Luis Fabiano deixou o clube em 2000 e seguiu para o Rennes, da França, mas não se adaptou bem e voltou ao São Paulo, time que o projetou para o futebol nacional.
No site oficial do clube, a Ponte comemorou a convocação à Copa com estatísticas provenientes da passagem de Luis Fabiano entre 1997 e 2000 – 25 gols em 67 jogos – e deu destaque à entrevista concedida pelo jogador em 2009, quando afirmou que era torcedor da equipe e que gostaria de voltar a vestir a camisa alvinegra. No caso do Guarani, Elano também deixou o time em 2000, mas de maneira pouco amigável.
À época, um diretor das categorias de base se desentendeu com o pai do jogador e chegou a afirmar que Elano seria apenas outro cortador de cana. O atleta se desvinculou do Guarani por meio da Justiça e partiu para o Santos, para ser campeão brasileiro na equipe que revelou Robinho, outro titular da atual seleção brasileira.
Dez anos depois, na Copa do Mundo, Elano fez o gol que levou o Brasil à primeira vitória, sobre a Coreia do Norte. “Foi um caso isolado”, justifica o diretor de marketing do Guarani, Mercival Piron, à Máquina do Esporte. “Foi uma declaração de um diretor que não está mais conosco, uma infelicidade que não reflete a posição do Guarani”.
De acordo com o dirigente, o clube hoje usa a marca de Elano e de outros atletas vitoriosos no programa “De volta às origens”. “Cultuamos a imagem de jogadores que passaram pela seleção e outros, como o Renato, que estava no Sevilla, e a usamos no projeto de franquias do bugrinho”, explica Piron.
De fato, o Guarani já revelou sete atletas com passagens relevantes pela seleção brasileira. O volante Mauro Silva, em 1994, e o atacante Luizão, em 2002, são exemplos de campeões mundiais que foram formados no clube. Antes deles, o atacante Careca, o meia Renato “Pé Murcho” e os zagueiros Amaral e Júlio César vestiram a camisa do Brasil.
A Ponte Preta, por outro lado, revelou, além de Luis Fabiano, os goleiros Carlos e Waldir Perez, os zagueiros Oscar, Polozzi, Juninho e André Cruz e o lateral-direito Edson Boaro “Abobrão”. Nenhum deles, porém, conseguiu vencer uma Copa do Mundo.