Ele jura que não é candidato e que, em 2018, o processo natural seria a aproximação com o Governo do Estado, e não com o Governo Federal. Ainda assim, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, não poupou críticas à realização da Copa do Mundo, o que só reforçou o pé de guerra vivido em Brasília e na própria capital fluminense entre seu partido, o PMDB, e o PT, da presidente Dilma Rousseff.
Em encontro com empresários em São Paulo, Eduardo Paes exaltou justamente o público presente. Para o prefeito carioca, o problema da Copa do Mundo foi que o Brasil não se mostrou como um lugar seguro para o mercado mundial.
“O Brasil não entendeu a Copa do Mundo; foi uma oportunidade perdida. O evento em si foi um sucesso, mas a imagem passada foi a de que o brasileiro faz uma ótima festa. ‘Oh, povinho alegre’. Ele reforçou um estereótipo que é ótimo, mas o que o setor empresarial mostrou?”, questionou o prefeito carioca.
Para se justificar, o político usou o exemplo da abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Paes lembrou que o evento teve até uma encenação da primeira revolução industrial, o que deveria exibir a força do setor empresarial do Reino Unido.
No meio empresarial, Paes se intitulou o líder da prefeitura “mais capitalista do Brasil”. A referência foi pelas parcerias público-privadas incentivadas pelo governo local e pela, teoricamente, baixa porcentagem de dinheiro público investido pelo município.
Segundo o mandatário carioca, 57% dos R$ 38,2 bilhões investidos nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro serão de recursos privados, assim como acontecerá com 64% do valor investido em estádios, “diferentemente do que aconteceu na Copa do Mundo”.
Na parte final do evento em São Paulo, Paes foi ainda mais efusivo nas críticas ao governo federal ao fazer referências diretas aos escândalos mais recentes de Brasília. “Nós vamos vender o Brasil, mostrar que nem tudo é Lava-Jato, nem todos são Paulo Roberto (Costa)”, exclamou.