Desde a na Itália, em 1990, a Fifa manteve o nome da Mastercard associado à Copa do Mundo – a empresa se tornou patrocinadora oficial na Copa dos Estados Unidos, em 1994. No último Mundial, a Visa apareceu nesse lugar, após conturbada negociação com a entidade que rege o futebol mundial. Jérôme Valcke, hoje secretário-geral, chegou a ser demitido quando a Fifa foi obrigada a pagar US$ 90 milhões em indenização à Mastercard. A empresa, no entanto, minimiza sua exclusão.
Pelo menos é isso o que sustenta Gilberto Caldart, presidente da Mastercard no Brasil. Para o empresário, a aposta em outras competições supre a exposição de um Mundial: “O evento Copa do Mundo dura apenas um mês, 40 dias. Tem um tempo limitado”. Por isso, a empresa aposta em outras competições esportivas.
Para Caldart, o esporte é “um meio de aproximação com o público”. Cita, como exemplo, o contrato da Mastercard com a Liga dos Campeões da Europa, torneio anual e que ocupa toda a temporada europeia. “Hoje a Liga dos Campeões não é um evento europeu, mas mundial”, afirmou o presidente, em referência ao acesso dos brasileiros ao torneio, que hoje tem decisão transmitida na Rede Globo, emissora com a maior audiência no país.
Além da Liga dos Campeões, a Mastercard continua com patrocínios no Brasil que não deixam a marca ficar esquecida, mesmo em período de Copa do Mundo. Um exemplo claro é o suporte à transmissão da Fórmula 1 na Globo.
Na próxima semana, a empresa inicia um torneio de tênis em Campos de Jordão: a Mastercard Tennis Club. O patrocínio na modalidade também se faz presente na mais importante competição do gênero no país, o Brasil Open.
Até na seleção brasileira de futebol é possível ver a marca da Mastercard, que apoiou oficialmente as Eliminatórias para Copa do Mundo de 2010. Se o litígio com a Fifa permanece e sua exposição não foi extrema durante os dias de jogos, a marca esteve presente em toda a trajetória que levou o time pentacampeão até a competição.
Apesar de Caldart negar qualquer tipo de marketing de emboscada, durante o Mundial também foi possível ver a ligação da Mastercard com o futebol. Apesar da proibição do uso da marca da competição da Fifa, a empresa fez um comercial com Pelé, com uma personagem que tira a sua foto e completa o antigo álbum de figurinha do pai.
A campanha com mote ligado à Copa do Mundo, aliás, é apenas uma demonstração do quanto o evento não passa incólume pela Mastercard. Outro exemplo claro da import”ncia que a competição possui é que a operadora de cartões de crédito foi aos tribunais em 2006 para tentar evitar o fim de seu contrato com a Fifa.
Na época, a Mastercard tinha direito de preferência para renovar o vínculo com a entidade, mas foi preterida. Uma juíza de Nova York chegou a anular o contrato que a Fifa assinou posteriormente com a Visa, e por conta disso a entidade foi obrigada a pagar multa de US$ 90 milhões.
O caso resultou na demissão de Jérôme Valcke, então diretor de marketing da Fifa. Em juízo, ele admitiu ter mentido para Mastercard e Visa durante as negociações. Dez meses depois de ter saído do cargo, ele foi readmitido como secretário-geral, posto que ocupa até hoje.