A semana da Fifa conseguiu ficar ainda mais conturbada. Depois de o jornal “Tages-Anzeiger” e o programa “Panorama”, da rede “BBC”, terem veiculado denúncias que envolviam três altos dirigentes da entidade, o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, desistiu de viajar ao evento de anúncio dos países que receberão a Copa do Mundo em 2018 e 2022. A cerimônia será realizada nesta quinta-feira, em Zurique, e ele cancelou a ida por não acreditar que seu projeto tenha chance.
“A decisão sobre os países escolhidos já está tomada. Estarão lá 22 pessoas que já sabem em quem votar, e as que votarão na Rússia não devem existir”, disse Putin ao portal “Gazeta.ru”.
Os rivais da Rússia pelo direito de sediar a Copa do Mundo de 2018 são Inglaterra, Bélgica/Holanda e Espanha/Portugal. Austrália, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão e Qatar postulam apenas o evento de 2022.
A declaração de Putin acirra ainda mais o ambiente pré-eleição. Nesta semana, a situação da Fifa já havia se tornado complicada depois de Ricardo Teixeira, Nicolás Leoz e Issa Hayatou terem sido citados em denúncias envolvendo pagamento de propinas da falida agência de marketing esportivo ISL/ISMM.
As denúncias envolvendo os três, que foram ignoradas pela Fifa, não são o primeiro caso de corrupção nesse período. A entidade já havia afastado dois dos votantes do pleito de quinta-feira depois que eles foram flagrados em reportagem sobre negociação de sufrágios.