Poucas horas após a Corte de Munique confirmar que o diretor da Fórmula 1 Bernie Ecclestone passará a ser julgado por suborno em assuntos envolvendo a compra dos direitos da categoria, a CVC, acionista majoritária da F-1, emitiu um comunicado nesta quinta-feira (16) anunciando a saída do brit”nico do cargo de diretor do Mundial.
“O Conselho acredita que é do interesse do esporte e dos negócios da F-1 que o Sr. Ecclestone continue a comandar os negócios no dia-a-dia, mas sujeito a um maior monitoramento e controle”, disse a acionista em uma nota.
Em novembro de 2013, Donald Mackenzie, cofundador da CVC, já havia confirmado a possibilidade da demissão de Ecclestone caso seja comprovado seu envolvimento com o suborno.
Com a espera do julgamento, que está previsto para ser realizado em abril, o chefão da categoria perdeu o poder de tomar grandes decisões, como decidir novos acordos comerciais e assinar contratos, mas ainda estará em contato com a categoria.
Ecclestone está sendo julgado pela acusação de ter pagado US$ 44 milhões (cerca de R$ 105 milhões) de propina para o ex-banqueiro Gerhard Gribkowsky, que já está preso, para garantir que os direitos da F-1 fossem comprados pela CVC. Na época, Gribkowsky dirigia o banco alemão BayernLB, que tinha 47,2% das ações da categoria.
O dirigente do Mundial nega a acusação e alega que Gribkowsky ameaçou dizer ao HM Revenue & Customs, um departamento do governo brit”nico responsável pela coleta de impostos, que Ecclestone controlava o fundo, exigindo os US$ 44 milhões por seu silêncio.
O afastamento de Ecclestone do quadro de diretores significa que o brit”nico, que comanda a F-1 desde o fim dos anos 1970, não tem nenhum poder de decisão no Mundial a partir de agora.
Aos 83 anos, Bernie não mais poderá assinar contratos e acordos comerciais, por exemplo. A partir de agora, o presidente da CVC, Peter Brabeck-Letmathe, e seu vice-presidente, Donald Mackenzie, vão se encarregar desta tarefa.