A lista de defensores do estádio que São Paulo pretende colocar na Copa do Mundo de 2014 é cada vez mais escassa. Depois de o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ter questionado a viabilidade do Morumbi, o São Paulo Futebol Clube se isolou em uma corrente para bancar sua arena. A defesa do estádio começou com uma nota oficial publicada no site tricolor. No texto, o clube questiona dados usados para criticar o Morumbi e diz que a campanha contra o espaço é baseada em características que não fazem parte do projeto que foi enviado à Fifa. A nota também lembra o alto dispêndio que São Paulo teria para erguer uma nova arena, sobretudo pelas obras de infraestrutura que precisariam ser feitas na região em que esse estádio fosse colocado. O discurso foi endossado por Marco Aurélio Cunha, superintendente de futebol da equipe tricolor. Alguém que não se informou publicou isso e nem sequer questionou o São Paulo. É algo absolutamente partidário. Não é possível que o Morumbi seja pior que um lugar que não existe. ?O São Paulo tem uma arquitetura moderna, mesmo tendo sido construído na década de 1960. Fora que é uma área de absoluto controle, que cresceu por nossa causa?, disse o dirigente. O problema é que a defesa do Morumbi tem encontrado um número cada vez menor de partidários. Em evento realizado na última terça-feira para apresentar um relatório feito pelo Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco) com 16 das cidades que postularam receber jogos da Copa do Mundo, o estádio foi apontado como o único entrave para que São Paulo seja anunciada como a sede da partida de abertura ? Belo Horizonte e Brasília também disputam essa condição. ?A questão da abertura da Copa vai muito além do estádio?, lembrou José Roberto Bernasconi, presidente do Sinaenco. ?São Paulo é uma cidade de grande porte, com uma infraestrutura que possibilita a realização de algo grandioso?, completou o dirigente da entidade, que criticou a rede hoteleira de Belo Horizonte. Enquanto o Sinaenco fez elogios à estrutura da cidade a despeito da ressalva com o estádio, Brasília tenta caminhar em outro sentido. O arquiteto Eduardo Castro Mello, responsável pelo projeto da arena na capital federal, tentou minimizar a disputa. No entanto, fez um questionamento ao projeto de São Paulo. ?Nós estamos trabalhando para deixar tudo em perfeitas condições para o Mundial, e não para vencer uma concorrência com São Paulo. A Copa do Mundo é de todos nós, independentemente de quem fizer a abertura. Mas acreditamos muito no projeto?, discursou, para depois mudar o tom. ?Mesmo as ideias de estádios adaptados falam em intervenções contundentes, renovando praticamente tudo. A incógnita é o Morumbi?.