Exatamente um mês após anunciar a venda de Kaká para o Real Madrid, o Milan enfrenta a fúria de sua torcida e a consequente perda de interesse pelos carnês que dão acesso aos jogos em casa do Campeonato Italiano durante toda a temporada. Até a última segunda-feira, cerca de 6,7 mil haviam sido vendidos, contra 8,4 mil no mesmo período em 2008. A situação é proporcionalmente inversa à euforia vivida no ano passado. No dia da apresentação de Ronaldinho Gaúcho ao clube, em julho, foram vendidos três mil carnês em apenas uma hora. Poucos meses depois, o Milan contratou David Beckham, selando a ?lua-de-mel? com seus torcedores. Agora, com o brasileiro Leonardo no comando do time, não foi contratado nenhum jogador capaz de suprir a ausência de Kaká para, assim, recuperar o apoio da torcida. No início da semana, cerca de cem torcedores compareceram ao CT milanista para protestar contra a transferência do ídolo. Além da falta de estrelas, o Milan sofre com a ?seca? de títulos. A última conquista aconteceu em 2007, no Mundial Interclubes da Fifa. O jejum no ?Calcio? já dura cinco anos. A diretoria, no entanto, minimiza o mau momento: ?Houve uma queda [na venda de carnês], mas mínima. Quero dizer que a maioria dos torcedores, 80%, está de acordo com o clube”, afirmou Adriano Galliani, vice-presidente do clube italiano. O fraco desempenho nas vendas também interfere no faturamento do clube com ingressos. Os carnês são comercializados a preços que variam entre 130 euros, para os setores mais populares, e 3,6 mil euros, válidos para a área VIP do estádio Giuseppe Meazza.