A National Basketball Association (NBA) há muito tempo é sinônimo de dinheiro. A maior e mais famosa liga de basquete do mundo soube, como poucas, explorar cada oportunidade de negócio oferecida pelo esporte. Não foi por acaso que um de seus ex-jogadores, Michael Jordan, tornou-se o primeiro esportista na história a entrar para a lista da revista Forbes das pessoas mais ricas dos Estados Unidos em 2024.
Nos dias atuais, porém, a liga está ainda mais endinheirada. A temporada 2024/2025 da NBA começará nesta terça-feira (22) e será decisiva para que siga faturando cifras bilionárias, já que será marcada pelo debate acerca da expansão da competição.
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A primeira etapa do campeonato consiste na temporada regular da NBA, que é quando cada equipe disputa 82 jogos. Serão de três a quatro partidas contra um time da mesma conferência (a competição é dividida em Leste e Oeste) e dois contra um adversário do outro lado do país.
Além das conferências, a NBA também possui seis divisões: Atlântico, Pacífico, Central, Noroeste, Sudeste e Sudoeste. Na temporada regular, os times encaram quatro vezes uma equipe da mesma divisão. Não existe sistema de pontuação. A classificação, nessa fase, é definida pelo número de vitórias e derrotas.
Hoje, a NBA conta com 30 equipes, que são também chamadas de franquias. O nome vem a calhar porque, diferentemente dos clubes a que estamos acostumados no Brasil, lá os times têm donos e podem ser negociados nos momentos mais inesperados.
A Boston Basketball Partners LLC, proprietária do Boston Celtics, resolveu anunciar que estava colocando o time à venda em julho deste ano, isto passados 13 dias depois da equipe conquistar seu 18º título da NBA.
A expectativa é de que esse negócio possa ultrapassar a marca de US$ 5 bilhões (R$ 28,4 bilhões, pela cotação atual), uma vez que a franquia está avaliada em US$ 4,7 bilhões pela Forbes.
Desde o fim da pandemia, os preços de mercado dos times da NBA dispararam. Apenas em 2023, os valores médios aumentaram em 35%, de acordo com a revista norte-americana.
Para se ter uma ideia do que representa essa valorização, em 2010, quando Michael Jordan resolveu assumir o controle do Charlotte Hornets, o ex-jogador desembolsou US$ 275 milhões. No ano passado, ao vender sua participação majoritária na franquia (da qual ele segue como sócio minoritário) para o consórcio Dyal HomeCourt Partners, liderado por Gabe Plotkin e Rick Schnall, o astro faturou US$ 3 bilhões.
Expansão
Essa imensa valorização das franquias faz com que a NBA encare, de maneira concreta, a discussão sobre a inclusão de novas equipes na competição.
Conforme noticiou a Máquina do Esporte, durante a última reunião do Conselho de Governadores da NBA, realizada em Nova York na semana retrasada, o comissário Adam Silver afirmou que a expansão seria debatida em algum momento nesta temporada, embora não tenha especificado quando isso ocorrerá.
Os preços de mercado elevados serviriam de base para a definição da taxa de expansão, a ser paga pelos investidores que resolverem incluir as novas franquias na NBA. Esse valor é dividido igualmente entre as equipes já existentes.
As projeções mais recentes, tomando por base as últimas aquisições ocorridas na liga, indicam que cada time poderia faturar cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,7 bilhão) com essa taxa.
Vale lembrar, porém, que a expansão representaria uma diluição maior das receitas que a NBA divide igualmente entre as equipes. Mesmo assim, o momento parece ser propício para esse movimento.
Para a próxima temporada (2025/2026), por exemplo, cada franquia receberá um aumento de US$ 143 milhões (R$ 765 milhões) nos repasses relativos aos direitos de transmissão da NBA, que atingiram valores recordes. Os contratos com NBC, Amazon e Grupo Disney (dono da ESPN), com 11 anos de duração, alcançaram a cifra de US$ 76 bilhões, o triplo do que a competição vinha faturando com essa propriedade.
A criação de novas franquias, ainda que venha inicialmente reduzir a fatia desse bolo, poderá ampliar os mercados domésticos para a NBA, além de aumentar suas receitas gerais, com a venda de ingressos e de produtos licenciados.
Internacionalização
Ao mesmo tempo em que busca expandir no mercado norte-americano, a NBA segue firme em sua estratégia de internacionalização. Entre as grandes ligas esportivas dos Estados Unidos, a de basquete masculino é a que mais ganha com a venda de direitos de mídia no exterior.
Hoje, ela fatura US$ 750 milhões (R$ 4,27 bilhões) anuais com essa comercialização. Já o mercado doméstico responde por US$ 2,67 bilhões (R$ 15,2 bilhões) das receitas com mídia da NBA.
Fora dos Estados Unidos, 16% dos fãs de esportes declaram acompanhar assiduamente a NBA. Os dados são da pesquisa da Ampere Analysis, realizada no último semestre do ano passado.
O estudo mostra que a competição é muito popular em mercados como China (28%), México (25%), Espanha (22%) e Brasil (21%), locais onde os índices ficam acima da média mundial. Nos Estados Unidos, o percentual está em 32%.
De acordo com a Ampere, as franquias mais populares no exterior são Los Angeles Lakers (seguido nas redes sociais por 54% dos fãs da NBA), Chicago Bulls (35%), Golden State Warriors (21%) e Boston Celtics (16%).
A pesquisa da Ampere também mostra que 8% dos fãs de esportes, em 14 países pesquisados, classificam a NBA entre os seus três principais esportes favoritos. O estudo indica que esses fãs têm duas vezes mais chances de assinar o NBA League Pass, serviço oficial de streaming da competição.
Patrocinadores
Assim como as receitas de mídia, o faturamento da NBA com patrocínios tem crescido de maneira constante nas últimas temporadas. Em 2022/2023, já havia alcançado a soma de US$ 1,66 bilhão (R$ 9,44 bilhões).
No ano seguinte, houve um incremento de 1,3% nesse montante. Atualmente, o setor de bebida e alimentação responde por 21% dos patrocínios másteres na NBA. Em seguida, vêm os serviços financeiros, com 14%.
Quando o assunto é o total de dinheiro investido em patrocínios, os setores financeiro (US$ 247 milhões), de tecnologia (US$ 122 milhões) e de saúde (US$ 105 milhões) foram os que dominaram a competição na última temporada.
Socios.com, Toyota, Verizon e Coca-Cola representam, hoje, os principais patrocinadores individuais da competição, com 20 contratos cada.
Transmissão no Brasil
A estreia da temporada regular da NBA contará com dois jogos exibidos no Brasil nesta terça-feira (22), pelo Amazon Prime Video. Às 20h30 (horário de Brasília), o New York Knicks enfrentará o Boston Celtics. Já às 23h, o Minnesota Timberwolves pegará o Los Angeles Lakers.
Na ESPN, a transmissão da NBA 2024/2025 terá início na quarta-feira (23), com Philadelphia 76ers x Milwaukee Bucks, às 20h30, e Los Angeles Clippers x Phoenix Suns, às 23h.
ESPN (que transmite a competição há 30 anos) e Disney+ deverão transmitir mais de 300 horas ao vivo da NBA. A ESPN anunciou que exibirá, nesta temporada regular, 18 jogos do Boston Celtics, 18 do Golden State Warriors e 20 do Los Angeles Lakers.
Os playoffs da NBA 2024/2025 terão início em 19 de abril do ano que vem. Já as finais estão previstas para começar em 5 de junho.